A satisfação que temos para com as coisas é algo fantástico, fascina o olhar de quem observa, embora não haja um caminho específico para o alcance da felicidade, nem muito menos uma receita ou instrução pré-fabricada, creio haver de fato, um caminho “personalizado”, já que cada um a atinge de um modo particular e específico. Entretanto, fazer aquilo que você gosta lhe trará satisfações e alegrias momentâneas, e não a felicidade plena propriamente dita, já que a união faz a força, e neste caso, a soma destes instantes de contentação são como pequenas pecinhas se unindo a montar e constituir um quebra-cabeças maior: o da felicidade.
Atalhos não funcionam de forma devida quando o assunto em questão é ser feliz, porque geralmente atalhos são tomados a fim de se encurtar um caminho mais longo, em outras palavras, atalhos servem para pular etapas, etapas essas que geralmente costumam ser constituídas de ensinamentos, regras e aprendizados importantes e essenciais para o nosso crescimento amadurecimento pessoal. Entretanto, contornos devem ser constantemente adotados, já que nesse caminho não faltam longos obstáculos e barreiras, e o rio não obedece as montanhas que encontra em seu trajeto, ele as contorna e de alguma forma sempre chega ao mar em dado momento.
Há pessoas que se satisfazem de modo ilícito, torpe e indevido, seja por vício, ou por mania (um vício menos apoderado), e tendo extrema dificuldades em vencer esta barreira, não constroem a “rampa” para a felicidade, e sim denigrem a si mesmos emocionalmente e fisicamente, dado que mais hora menos hora, irão se sentir completamente amargurados, tristes e arrependidos do que fazem, este tipo de conduta não agrega, apenas vai tirando pouco a pouco da nossa alegria de viver, gerando um enorme vácuo que se apropria de tudo, e assim acabarão tendo um destino realmente deplorável e não satisfatório, porque colhemos aquilo que plantamos, e no campo sentimental pode ser tarde demais para poder desmatar a densa e escura floresta que se formou, e a reflorestar com boas sementes. Os traumas psicológicos se fortalecem com o tempo e os medos ganham força, tamanho e notoriedade.
A psicologia nos diz que dois momentos distintos podem ter significados diferentes e gerar emoções antagônicas, a depender da situação, da condição e do momento, algo que lhe amedronta, pode também lhe causar alegria, prazer e admiração, e vice-versa. Sendo assim, é imprescindível que peguemos aquelas bagagens que pesam na nossa caminhada, e tentar de algum modo transformá-las em algo útil, retirando de dentro delas as peças de roupa que ainda nos servem, o perfume lá dentro esquecido (mas não as maquiagens e disfarces, estes deixemos como estão), a fim de aprendermos a conviver com aquilo que é impossível mudar, mas que pode sair de evidência e passar a ser apenas mero detalhe, sem potencial para tirar nosso foco principal.