As tragédias de Mariana e Brumadinho devem ser apagadas ? Resetadas de nossa memória?
Sr. Fábio Caldeira de Castro Silva é subsecretário de Cultura da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e disse dia 04 de maio em entrevista ao jornal HOJE EM DIA, de Belo Horizonte que: “nossa missão é ‘resetar’ Minas Gerais, diante de tudo que já passamos, incluindo aí a tragédia de Mariana e a de Brumadinho”.
Porém a palavra resetar significa apagar, ato de desfazer, reiniciar uma coisa, termo ligado a computadores. Porém as tragédias de Mariana e Brumadinho devem ser apagadas?
novo subsecretário Fábio Caldeira
No último dia 28, o governador Romeu Zema nomeou Fábio Caldeira de Castro Silva subsecretário de Cultura da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult). Formado em Direito pela UFMG, mestre em Ciências Políticas pela Universidade Francisco de Vitória, de Madri, e doutor em Direito Público pela UFMG, Fábio Caldeira já ocupou os cargos de Ouvidor Geral do Governo do Estado (2013 a 2016), Diretor de Planejamento da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (2009 a 2011) e Secretário Municipal de Administração Regional da Prefeitura de Belo Horizonte (2005 a 2008).
“(…) Nossa missão é ‘resetar’ Minas Gerais, diante de tudo que já passamos, incluindo aí a tragédia de Mariana e a de Brumadinho, os estragos provocados pelas chuvas que tivemos recentemente e o coronavírus, que atingiu o mundo todo, incluindo nosso Estado. No caso específico com a cultura e sua relação direta com o turismo, haverá uma disputa entre os Estados brasileiros após a Covid-19. Cada Estado vai precisar atrair turismo. Temos que reduzir a burocracia, fazer as pessoas virem visitar nosso Estado, que é um terreno fértil de manifestações culturais, patrimônio histórico… Ou atuamos nesse sentido ou ficaremos para trás. A cultura é um setor muito, mas muito atingido (pela pandemia), todos os espaços estão fechados, as manifestações estão limitadas, o prejuízo é muito grande.”
Para ler a entrevista completa do Sub-secretário Fábio ao jornal HOJE EM DIA clique aqui.
Agora restam as perguntas: como aprenderemos com o passado se ele for resetado, reinicializado, apagado?
Mariana e Brumadinho estão e estarão nos livros de história, sua tragédia será contada. E o memorial para não deixar que fosse esquecida, não serviriam de alerta ao futuro e também ao presente?
Não se pode apagar da história de Minas acontecimentos tão importantes que foram notícias no mundo inteiro.
Qual turista não ia gostar de visitar o antigo Bento Rodrigues para testemunhar a catástrofe que atingiu esse distrito ?
Milhares de turistas vão a Pompéia na Itália ver o desastre que o vulcão Vesúvio fez. Aqui em Mariana poderíamos sim ter um roteiro turístico de visitação as ruínas de Bento, de Paracatu.
E você leitor, acha que temos que esquecer, resetar essa tragédia?