Talvez, o título da presente crônica cause algum espanto pela coincidência da letra da canção de Raul Seixas com a atual situação que estamos passando por causa da pandemia do coronavírus , pois, literalmente, o mundo parou – não totalmente, mas parou.
Na letra ele não fala qual o motivo que faria a terra parar, se seria doença, se seria guerra, ou outras coisas quaisquer. Mas há coisas descritas na canção que nos faz refletir sobre o cenário atual que estamos vivendo.
A humanidade já vivera outras pandemias, entre as quais: a peste bubônica (peste negra): a varíola: a cólera; a gripe espanhola de 1918, causada pelo vírus influenza e que acredita-se ter matado mais 40 milhões de pessoas que, aliás, apresentava os mesmos sintomas do coronavírus; ou ainda, a gripe suína, o H1N1 que surgiu no México e se espalhou pelo mundo inteiro ceifando mais de 16 mil vidas e que, de acordo com o Ministério da Saúde infectou 627 brasileiros.
Diante disso, a gente intui que o roqueiro baiano deve ter imaginado que num futuro próximo (os dias atuais) alguma coisa faria a terra, o mundo parar.
Em outras palavras, alguma coisa faria com que os seres humanos parassem as suas atividades e evitasse o contato social para proteger a si e os seus semelhantes por conta de algum perigoso desastre causado por algo totalmente desconhecido e que os cientistas demorariam a descobrir uma vacina para combater o mal.
As pandemias anteriores tiveram uma solução, aprendemos a lidar com elas, isto é, as autoridades científicas conseguiram controlá-las através de pesquisas, produzindo remédios para contê-las, tratá-las e curar os doentes etc. e tal.
Mas, voltando ao nosso saudoso Raul Seixas. A letra de sua música não chega a ser uma profecia, propriamente dita, como as de Nostradamus, ou as profecias bíblicas, mas não deixa de ser curiosa, pertinente, para o momento que a humanidade atravessa.
Faço uma pergunta para os nossos leitores: caso, ele, Raul Seixas, estivesse vivo, de corpo presente, o que ele falaria sobre essa coincidência?
Por outro lado, não podemos ignorar as outras vozes que propagam que o que está acontecendo é castigo divino para alertar o ser humano sobre os males que tem causado à terra, ao seu próximo. E, diante disso, urge rever os seus conceitos de fé, crenças e valores. Em síntese, a sua postura como ser humano sobre a face da terra; e outras vozes mais, também defendem taxativamente que é o próprio ser humano o pivô dessa catástrofe e que Deus não tem nada a ver com isso.
Enfim, as opiniões se embatem, como um cabo de guerra ideológico. Uma coisa é certa; depois que passar tudo isso, o mundo não será mais o mesmo. Haverá mudanças de hábitos, de comportamentos, pois, não queremos que a terra volte a parar, outra vez e, outra vez nos lembremos da curiosa letra da canção de Raul Seixas, que metaforicamente ouvimos com prazer e saudade e, não levemos tão a serio o seu lado prático, seu ar de profecia.
Laudate Dominum!