Governo Federal investe mais de R$ 40 milhões em restaurações de monumentos históricos em Mariana: rumo a patrimônio mundial !

    Por Grazielle Azevedo e Leandro Henrique dos Santos

    Devido a solicitações de reformas e restaurações nos monumentos históricos de Mariana o Governo Federal através do IPHAN enviou investimentos que atualmente, já passam de mais de 40 milhões.
    Entre algumas monumentos que tem o investimento em sua restauração são: Igreja Cachoeira do Brumado, Igreja de São Francisco, Igreja do Rosário, Igreja da Sé, Casa do Conde de Assumar, implantação do Museu da Cidade etc.
    Apesar da obra polêmica da Praça Gomes Freire, que está em processo de investigação pelo IPHAN, Mariana dá passos para se preparar para se candidatar a patrimônio cultural da humanidade, como assim pleiteava o saudoso ex-prefeito Roque Camelo.
    Foi Roque Camelo que trouxe para Mariana o dia de Minas Gerais, onde celebramos o nascimento de Minas.
    O título de patrimônio cultural da humanidade na opinião do desembargador Dr. Caetano Levi Lopes, trará para Mariana uma visibilidade maior, e com isso maiores chances de se tornar o turismo como alternativa de renda, gerando mais empregos para nossa população.
    Mariana já conta com alguns títulos de reconhecimento histórico como chancela Internacional de Memória do Mundo reconhecida pela Unesco, acervo documental do Arquivo Histórico da Casa Setencista de Mariana (AHCSM) que tem a proteção do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) e seu conjunto arquitetônico tombado como Monumento Nacional.

    Contextualizando história de Mariana
    A histórica cidade de Mariana é exemplo de que o Brasil tem uma riqueza estrutural vinda de seu período colonial fortíssima.
    Desde suas ruas até os casarões que dão a sensação de uma época ainda viva, Mariana abraça seus moradores e turistas com a responsabilidade de ser a primeira vila, primeira capital, sede do primeiro bispado e primeira cidade projetada em Minas Gerais. Em um cenário onde a religiosidade é predominante e em contrapartida a descoberta do ouro, temos suas projeções artísticas que se dirigem ao Brasil Colônia.
    As margens do rio depois chamado de Ribeirão do Carmo, no período do bandeirismo, liderado por Salvador Fernandes Furtado formou-se o primeiro arraial, conhecido por Arraial de Nossa Senhora do Carmo.
    O nome “Carmo”, refere-se a Nossa Senora do Carmo, da qual era devoto o rei de Portugal Dom Pedro II, o pacífico, que reinou de 1648 a 1706.
    Para agrada-lo informaram sobre as descobertas de ouro no dia de Nossa Senhora do Carmo, sendo motivo de procissão e festa em Portugal ! Com direito a procissão pelas ruas em honra a Nossa Senhora do Carmo, santa de devoção do rei !
    Política sempre é política !
    O local era onde é o bairro Santo Antônio hoje, onde foi construída a primeira Câmara e a primeira Igreja de Minas, Posteriormente devido a imundações mudaram a câmara para o prédio atual.
    O interesse da ocupação estava ligado diretamente a descoberta de ouro na região.
    Com a expansão da exploração de ouro, o arraial virou a primeira Vila pertencente a capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
    Assim, em sua sequencia de crescimento, a primeira Capital. a Criação de Minas completou ano passado 200 anos, e as comemorações anunciadas pelo ex-Secretário de Cultura Sr. Efrain Rocha, não foram adiante devido a pandemia.

    Origem do nome Mariana
    A homenagem do nome da cidade de Mariana vem da esposa de D. João V, que chamava-se rainha Maria Ana D’austria e a junção de seu primeiro nome deu origem ao nome da cidade.
    Nesse mesmo período, a cidade de Mariana tornou-se sede do primeiro Bispado recebendo D. Frei Manoel da Cruz por uma temporada de 1 ano e 2 meses e essa caminhada foi bastante representativa para o Brasil Colônia.
    Com esse desenvolvimento acontecendo, fez-se necessário um projeto arquitetônico para a próspera Mariana e o engenheiro militar José Fernandes Pinto de Alpoim realizou esse feito.
    Suas ruas com formato em linhas retas e suas praças retangulares transformava-se assim na primeira cidade projetada de Mina Gerais e uma das primeiras cidades do Brasil.
    Mariana é palco não somente de uma estrutura colonial impecável. Mariana tem por suas ruas figuras conhecidas como o poeta e inconfidente Claudio Manuel da Costa, o pintor sacro Manuel da Costa Ataíde e o autor do poema “Caramuru”, Frei Santa Rita Durão.
    O maior poeta simbolista Alphonsus de Guimaraes, Cesário Alvin o primeiro Governador, Barão de Passa Bem, e o pintor Zizi Sapateiro, também integram a lista de pessoas ilustres de Mariana, entre tantas outras.
    O lado artístico cultural da cidade é tão intenso quanto sua riqueza arquitetônica.
    Atualmente Mariana preserva seus casarões e ruas com paralelepípedo e pé de moleque onde a história tem suas bases como um dos principais municípios do Circuito do ouro, fez parte da Trilha dos Inconfidentes, foi circuito Estrada Real. Foi tombada em 1945 como Monumento Nacional. Mas Mariana é muito mais que Nacional. Mariana é parte viva de uma história que merece ser exaltada, protegida e reconhecida mundialmente.
    Inspirados por Roque Camelo aconteceu audiência pública ano passado para discutir a candidatura de Mariana para Patrimônio Cultural da Humanidade.
    Foto Igreja São Franciso Pedro Chaves.