No dia 28 de fevereiro, o Rotaract Club de Mariana realizou mais uma edição do seu projeto “Pensa aí”, que desta vez se pautou no seguinte tema: “Ditadura da felicidade: como as redes sociais nos levam à busca incansável por finais felizes”. Você já parou para pensar nisso? Abaixo trouxemos para você as principais pontuações e reflexões levantadas sobre o assunto. Com o advento das redes sociais e sua popularização, há uma grande transformação nas relações humanas. Atualmente, passamos mais tempo na internet do que nos comunicando pessoalmente com outras pessoas, o que foi ainda mais intensificado devido à necessidade do isolamento social ocasionado pela pandemia da Covid-19. Neste cenário, faz-se necessária a reflexão sobre os impactos das redes sociais em nossa vida, uma vez que, como parte de nossa rotina, podem causar impactos em nossos relacionamentos, comunicação, administração do tempo, e até nos afetar de maneira inconsciente. Uma passagem do livro do filósofo Luiz Felipe Pondé, “Contra Um Mundo Melhor: Ensaios do Afeto”, ressalta que “a vida para felicidade se tornou o grande fetiche do ‘novo mundo’”. Não podemos ignorar que, atualmente, exibir a felicidade é uma regra e, ao navegar pelas redes sociais, além de muitas informações, somos constantemente bombardeados por realidades maquiadas: felicidade infinita, sorrisos, viagens, mesas milimetricamente organizadas como em filmes, looks despojados, dias agitados e muita alegria para compartilhar. Esta é a vida perfeita das redes sociais, a qual muitos desejamos. Ao nos depararmos com este fato, certamente surgem perguntas como “Mas o que acontece comigo?”, “Por qual motivo não vivo sorrindo assim?”. Esta inevitável comparação é a pior coisa a se fazer. Postagens nas redes sociais são apenas recortes daquilo que o outro quer mostrar, não sendo fiéis à realidade. Por que então exigimos aquilo de nós? As respostas para estes questionamentos, se existirem, devem ser extremamente difíceis de se compreender, mas é fato que temos que, cada vez mais, dar menos atenção àquela vida perfeita que acompanhamos nas redes alheias. Pode ser também que algum de nós estejamos do lado de lá, esbanjando falsa felicidade por meio de nossas postagens. Precisamos refletir melhor sobre nossos sentimentos ao postar algo, avaliar se o desejo de compartilhar algum momento de felicidade é genuíno ou se ele se limita a criar uma imagem que não condiz com a realidade. Em nosso subconsciente, pode ser que queiramos passar uma ideia de vida que almejamos ter. Você já parou para pensar como suas postagens podem influenciar a vida daqueles que as vêem? Cuidado para não viver e compartilhar ilusões. Contrapondo aquele velho ditado, a grama do vizinho não é sempre mais verde. Quando estiver navegando pelas redes, olhe para as imagens como maneira de inspiração e não aspiração! A felicidade tem alguns princípios similares para a humanidade, mas cada um tem sua forma de vivê-la… é individual. Temos que ter ciência de que cada um dos quase 8 bilhões de habitantes no planeta vive a felicidade de forma diferente. Por fim, neste cenário, em que a felicidade parece, a cada dia, ser uma obrigação; os versos cantarolados por Chico Buarque em 1966, em sua canção “Até Pensei” estão mais fortes hoje: “A felicidade morava tão vizinha, que, de tolo, até pensei que fosse minha”.
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