As possíveis soluções para a realidade da educação básica do Brasil vão além do universo do www, explica o especialista em ensino híbrido Ismael Rocha
Se a falta de internet é uma das principais causas apontadas pelo baixo nível educacional do ensino público no Brasil e pela desigualdade social acentuada pela pandemia, mudar o foco e enxergar uma terceira via é fundamental nesse momento. Essa é a opinião do especialista Ismael Rocha, doutor em educação pela PUC de São Paulo e diretor acadêmico do Iteduc (Institute of Technology and Education), organização pioneira voltada para o ensino híbrido na educação básica.
Rocha afirma que existem outras formas de promover a educação e ensinar remotamente com sucesso no País, além da tecnologia da internet de banda larga. Dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nessa quarta-feira (14/4) mostram que 4,3 milhões de estudantes brasileiros não têm acesso à internet, seja por falta de recursos financeiros para contratar o serviço ou adquirir equipamentos, seja por indisponibilidade do serviço nas regiões onde vivem. Do total de estudantes sem acesso à internet, 4,1 milhões estudam na rede pública de ensino.
Ainda segundo o IBGE, embora 78,3% da população e 82,7% dos domicílios brasileiros contassem com acesso à internet no fim de 2019, quando foi realizada a pesquisa, a cobertura variava muito entre regiões, faixas de renda e tipo de escola frequentada. Considerando apenas municípios da zona rural, por exemplo, a taxa de cobertura de internet era de 55,6% dos domicílios. No Norte do País, apenas 38,4% das residências da zona rural tinham acesso à internet. No Nordeste, o percentual era de 51,9%.
Para completar, estes números já demonstravam os efeitos da desigualdade na educação, que sabidamente foram agravados pelo fechamento das escolas com a pandemia da Covid-19.
Do ponto de vista de políticas públicas, segundo Rocha, o Brasil tem muito a evoluir no campo do ensino híbrido, que mescla o ensino virtual com o presencial. “Em um país tão desigual como o nosso, é necessário apostar em métodos que cheguem aos estudantes que estão em locais distantes dos centros urbanos, como zonas rurais e comunidades ribeirinhas”, reforça ele.
“Contudo, se por um lado falta internet, por outro dispomos de uma estrutura de telecomunicação altamente sofisticada, com uma extensa rede de antenas parabólicas distribuídas em todo o território nacional”, defende. “Por meio delas, é possível ter acesso a rádios e tevês estatais, ideais para transmitir informações às regiões mais remotas do País”, conclui.
Em tempo: somos um dos países com o maior número de emissoras reguladas pelo governo, a nível mundial!
Diante desse cenário favorável, o especialista salienta que usar as rádios e tevês estatais significa garantir um sistema de ensino híbrido eficaz e adaptado à realidade dos brasileiros. “É uma questão que depende apenas de vontade política”, afirma ele.
O especialista afirma que países como a Estônia, o Uruguai e o México, por exemplo, conseguiram elevar o nível de escolaridade da população a partir de campanhas educacionais feitas por estes meios.
“Cada vez mais, é necessário buscar soluções para que a educação básica aconteça de modo efetivo na pandemia”, avalia Rocha. “E não há dúvidas: as possíveis soluções para a realidade da educação básica do Brasil vão além do universo do www”.
Sobre Ismael Rocha: é diretor acadêmico do Iteduc (Institute of Technology and Education), pioneira na capacitação de professores de educação básica para o ensino on-line e híbrido. É Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e especializado em avaliações escolares. Também é mestre em Sociologia, com formação complementar nos EUA, Canadá, Inglaterra, China, Malásia, Chile e México. Vice-presidente da World Vision Brazil e Climate Leader.
Sobre o Iteduc: O Institute of Technology and Education é uma organização voltada para o ensino híbrido e pioneira em capacitar professores de educação básica para o ensino online, ressignificando a sala de aula. Segundo estudos, dominar as aplicações das ferramentas digitais é a base mais segura para otimizar a educação e, principalmente, melhorar os indicadores de aprendizagem dos alunos. São docentes ou coordenadores do Iteduc especialistas de destaque de instituições de ensino nacionais e internacionais, como a Universidade de Harvard (EUA), Faculdade de Educação da Univ. Turku (Finlândia), além da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), Universidade de São Paulo (USP) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O Iteduc atua com metodologia exclusiva, baseada em fundamentos pedagógicos para o ensino online, combinada com técnicas de “design instrucional”, que oferece maior assertividade aos processos de aprendizagem remota.
Fonte; Key Press Comunicação
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