Reunião na quarta (16) vai tratar do funcionamento de equipamentos públicos que promovem verdade e justiça.
Para receber notícias no seu WhatsApp clique aqui
E para receber notícias da nossa página no Facebook
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza audiência pública nesta quarta-feira (16/6/21) para debater o funcionamento de espaços públicos que valorizam a verdade, a memória e a justiça e sua importância para a promoção dos direitos humanos. A reunião será às 14h30, no Auditório José Alencar, e foi solicitada pela deputada Andréia de Jesus (Psol), que preside a comissão.
Para promover a discussão de grupos que tiveram suas memórias negadas ao longo da história, serão ouvidas pessoas ligadas aos movimentos negro, operário, antimanicomial e contra a escravidão atual. Um dos objetivos é discutir a criação e a manutenção de equipamentos públicos que contribuam para a verdade e a justiça, tais como o Memorial de Direitos Humanos.
Conforme o gabinete da parlamentar, o memorial já deveria estar ocupando o antigo prédio do Departamento de Ordem e Política Social (Dops), na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte, que serviu de aparelho de repressão e violência institucional no período da ditadura civil-militar que se iniciou em 1964 e que ainda está fechado.
“A discussão sobre memória, verdade e justiça não se limita só aos apagamentos do período da ditadura civil-militar de 1964 a 1985. Estamos falando do Estado onde o caso de Madalena veio à tona, uma mulher que viveu a vida toda dentro de um regime de escravidão, mesmo mais de 130 anos depois da tal abolição da escravatura. O povo negro, o povo trabalhador, a luta antimanicomial, ainda não tiveram seu direito à memória, verdade e justiça assegurados. Estamos trabalhando para isso”, frisa Andréia de Jesus.
A deputada refere-se a Madalena Gordiano, mulher negra resgatada no ano passado, aos 46 anos de idade, em condições análogas à escravidão em Patos de Minas (Alto Paranaíba).
Pandemia – Conforme o gabinete da parlamentar, que defende a criação de um memorial também em homenagem às vítimas da Covid-19 no Estado, trata-se de uma temática ampla, que tem sido pauta nacional e que vem sendo atualizada em referência à pandemia, pelo entendimento de que direito à memória passa por se ter dados confiáveis de raça, gênero, classe e território de quem está morrendo mais pela doença.