Historiador

    Por: Luiz Ricardo Resende Silva

    Ser debruçado sobre grandes e grossos livros,

    (Também os pequenos, os velhos,

    Os mal cuidados, que com um toque se desmancham:

    E o que era prova, virou dúvida)

    Pulmões repletos de poeira, de teias de aranha,

    Das bibliotecas e acervos, de arquivos:

    Bem e mal cuidados.

    De casarões que ameaçam cair por falta de amparo.

    Ser desventurado, que sem medo, despenca,

    Peito a frente, em um passado inóspito.

    Ser observador, atento as linhas e entrelinhas da escrita.

    Na reflexão do que foi, ou do que não foi.

    Focado nos traços,

    Dos desenhos que se escondem em meio a cadernos infantis e adultos,

    Das charges que ridiculizavam nos jornais,

    Das pinturas que glorificam nos suntuosos palacetes.

    Questionador admirável dos heroísmos e da idealização.

    Ser guerreiro, guerreiro ardente frente ao negacionismo.

    Estudioso perpetuo, na áurea e no afinco da profissão.

    Armado com sua ampulheta, endurecido por Cronos junto a Heródoto.

    Preserva a história e a cultura de um povo,

    Que sem perceber, se viu esquecido do que passou.

    Venha, cavalheiro do tempo, ser historiador, iluminar a nação.

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