Entre histórias e memórias do mestre Damião

    Homenagem do Rotaract Club de Mariana; Mestre Damião é conhecido como o pai da capoeira em Mariana. Começou sua trajetória na capoeira nos anos 70 durante a ditadura militar no Brasil. Aprendeu a capoeira de rua através de dois amigos. Após conhecer, se apaixonou pela capoeira que é uma luta por liberdade. Considera como seu mestre o Mestre Paulo Brasa. Damião se formou como Mestre em capoeira 1984 com Mestre Paulo Brasa do Rio de Janeiro. Para se formar, o mestre precisou fazer prova escrita, verbal e tocar berimbau.

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    Em 1978 trouxe a capoeira a Mariana levando-a para a praça onde teve seu primeiro aluno, o Luiz Carlos. Com o passar do tempo foi conseguindo atrair novas pessoas até formar o grupo que hoje é a Escola de Capoeira Oxalufã.

    Ao longo de sua trajetória na capoeira, Mestre Damião teve obstáculos. Durante a ditadura militar sofreu repressão tanto da sociedade quanto das forças militares do período por desenvolver essa atividade devido a uma visão errônea de entender que o capoeirista é marginal. Um dos motivos para a capoeira ser marginalizada. Segundo Mestre Damião, uma vez forças policiais da ditadura militar aproximou dele e falaram para parar com a capoeira pois estava trazendo marginalidade para dentro da cidade. Diversas vezes foi intimidado por eles por desenvolver a capoeira.

    Com o passar do tempo e com muito esforço, conseguiu juntamente com seus alunos demonstrar à sociedade e às forças militares que a capoeira não é lugar de marginal e, hoje, é respeitado por todos e não possui mais repressão.

    Ensinou capoeira em diversos lugares de Mariana. Na antiga fábrica de tecidos em Mariana, onde hoje é o atual Centro de Convenções, ensinou uma faixa de 40 a 80 pessoas. Ensinou capoeira também no atual Sesi, antigo Cinema, onde também já foi a Escola de Samba Unidos de Mariana que não existe mais. Pessoal da Escola havia liberado espaço. Após, foi ensinar na chácara. Após foi ensinar na Wenceslau Brás onde hoje é a Escola Santa Godoy. Chamavam o lugar de olaria. Ensinou no catete numa oficina mecânica do seu irmão, onde trabalhava.

    Nunca cobrou para ensinar capoeira e, juntamente com a dança, ensinava valores fundamentais para o ser humano aos seus alunos. Ensinava mais que alunos, auxiliava a formar pessoas para a vida. Nunca cobrou dos alunos para ensinar capoeira. Trabalhava até as 17h como ajudante de mecânica. Após, fazia aula de datilografia até 19h. Após, ensinava capoeira até 23h.

    Mestre Damião não vive da capoeira, ele vivencia a capoeira. Segundo ele, “o importante é vivenciar aquilo que a gente gosta e a capoeira para mim é vivência muito importante que contribui muito para a formação de cada pessoa, sobretudo na educação e respeito. O valor da capoeira é inigualável. A capoeira é minha vida e ela não me deixou entrar no mundo da violência e da marginalidade.”

    Apesar das dificuldades e repressões, se sente muito feliz, realizado e livre para realizar seu trabalho.

    Salve, Salve Salve a Capoeira. Salve a todos nós.