Mariana recebe o 5° Encontro Mineiro de Serviços Substitutivos em Saúde Mental

    João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    Autoridades municipais e estaduais na mesa de abertura do 5° Encontro Mineiro de Serviços Substitutivos em Saúde Mental / Foto: Hynara Versiani

    Realizado na noite da última quinta-feira, 22, o primeiro dia do 5° Encontro Mineiro de Serviços Substitutivos em Saúde Mental promoveu debates que abordaram o tema: “uma delicada radicalidade”. O evento levou mais de 300 pessoas para o Cineteatro Municipal e promoveu discussões sobre o que é a Luta Antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica, ressaltou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental (ASUSSAM) e criticou as ações do governo Jair Bolsonaro.

    A ementa do evento, falada no início das apresentações da noite, destacou a necessidade da Luta Antimanicomial e dos serviços públicos de saúde, lembrando as dificuldades para realizar o 5° Encontro Mineiro de Serviços Substitutivos em Saúde Mental no atual cenário político do Brasil. “Diante dos graves retrocessos na política de saúde mental no país, do desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS), este encontro se apresenta como uma necessária resistência”.

    A mesa de abertura contou com a presença do secretário de saúde, Danilo Brito, que representou o prefeito Ronaldo Bento; do psicólogo e coordenador da Centro de Atenção Psicossocial, Jesse Catta Preta; o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves; a representante da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), Edna Amado; a representante da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental, Leida Maria de Oliveira, entre outras autoridades do estado.

    Representando a Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial, Edna Amado falou sobre o histórico de ações do Encontro de Serviços Substitutivos em Saúde Mental e do Renila. De acordo com ela, são mais de 15 núcleos de atividades em vários estados do país, estando lutando pela reforma psiquiátrica desde 2004, quando se organizou um grupo para combater a existência de manicômios na sociedade.

    O secretário de saúde, Danilo Brito, falou sobre a importância de se realizar o evento para que o paciente esteja atualizado sobre o que acontece na rede pública de saúde. “A saúde mental faz parte do processo da saúde em rede do município. É importante o paciente sempre estar em rede”, afirmou o secretário.

    O psicólogo Jesse Catta Preta falou sobre o encontro como motivo de alegria para a organização e para os defensores da políticas públicas de saúde mental. “É um momento de uma felicidade muito grande, conseguir reunir tanta gente disposta a manter essa resistência pela saúde mental, que seja um momento de reflexão, de debate e de troca”, disse o coordenador.

    A representante da Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental, Leida Maria de Oliveira falou sobre a importância da politização por parte do usuário dos serviços relacionados à saúde mental. Segundo ela, é importante que os pacientes tenham liberdade de escolha e que o tratamento não seja arbitrário. 

    No encerramento da mesa de abertura houveram apresentações musicais com usuários do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que cantaram sobre a importância de um tratamento humanizado e destacando as atividades do CAPS em Mariana. O evento seguirá com atividades nos dias 23 e 24 de setembro, ocorrendo nos Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), e no Cineteatro Municipal (antigo Sesi).

    Usuários do CAPS em apresentação musical no 5° Encontro Mineiro de Serviços Substitutivos em Saúde Mental / Foto: Hynara Versiani

    Críticas ao governo

    O evento contou com palavras de ordem do público em favor da Luta Antimanicomial e das políticas públicas de saúde mental e contra o desmantelamento do SUS e contra o governo Bolsonaro. Em alguns momentos ao longo da noite, convidados para a mesa de abertura e a plateia gritaram “Fora Bolsonaro” e falaram sobre as dificuldades enfrentadas pela saúde pública nos últimos anos.

    O presidente do  Conselho Estadual de Saúde, Ederson Alves em sua fala destacou a importância do SUS e fez críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o Conselho de Saúde precisou resistir às ações do atual governo. A mesa destacou que considera que o governo Jair Bolsonaro foi prejudicial para a saúde pública no Brasil, incluindo retrocessos na luta antimanicomial.

    A jornalista e escritora Cristina Serra, encerrou as ações da noite com uma palestra em que falou sobre suas impressões sobre o atual cenário político do Brasil, às vésperas das eleições presidenciais, no dia 02 de outubro. Durante a sua fala, a jornalista criticou a violência gerada pelo bolsonarismo no período eleitoral e destacou os números da última pesquisa Datafolha, em que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva vai a 47% de votos válidos contra 33% do atual presidente Jair Bolsonaro.

    Para receber notícias no seu WhatsApp clique aqui
    E para receber notícias da nossa página no Facebook
    Se inscreva no nosso canal do you tube para receber nossas reportagens, clique aqui