Estudos científicos mostram benefícios na relação entre crianças e animais

    Amanhã, no dia 12 de outubro, além do feriado do dia de Nossa Senhora, padroeira do Brasil, também é comemorado o dia das crianças. A data foi criada para celebrar os direitos que toda criança e adolescente têm, defendidos na Constituição Federal e também em declaração da Organização das Nações Unidas (ONU). 

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    A partir da data comemorativa, a Clínica Veterinária Habitat traz uma discussão relacionada à saúde da criança e do adolescente e a relação com animais de estimação. São diversos os estudos e artigos que comprovam cientificamente como os pets ajudam no desenvolvimento social, cognitivo e emocional das crianças. E aqui vamos fazer um breve compilado dos que demonstraram resultados significativos.

    Começando pelo extremo oriente:

    Em 2019, o japonês Machiko Minatoya, cientista epidemiologista e pesquisador da Eli Lilly, uma empresa farmacêutica dos EUA, liderou uma equipe de estudos, que buscava relacionar o desenvolvimento infantil de crianças no início de suas vidas a famílias que tinham um cachorro como animal de estimação.

    A partir da análise de resultados, os pesquisadores relataram que os animais de estimação podem ajudar a desenvolver a autoestima da criança, reduzindo estresse e também ansiedade. O cientista concluiu que ensinar para as crianças uma forma inteligente de cuidar do animal, como assumir algumas responsabilidades básicas, como passear e alimentar o cãozinho, acarreta em um ótimo desenvolvimento social infantil.

    Voltando um pouco no tempo e indo até a Europa:

    O Instituto de Psiquiatria (Clinical Centre Serbia) em Belgrado, na Sérvia, fez um estudo mais aprofundado, em 2009. O psiquiatra sérvio Ivan Dimitrijevic, doutor e professor de psiquiatria, recolheu dados de sua pesquisa empírica onde a Terapia Assistida por Animais (TAA) foi utilizada. O artigo escrito foi bastante abrangente, onde diversos casos foram acompanhados, com pacientes com quadros clínicos diferenciados, desde AIDS até depressão, e também de diferentes idades.

    Nas crianças, casos como transtorno de atenção hiperativa e transtornos comportamentais foram reduzidas a agressividade, além de mostrarem elevada concentração, com resultados ainda mais positivos em pacientes com transtorno do espectro autista. Crianças que tiverem problemas sérios de saúde, mostraram melhorias significativas na recuperação. De acordo com Ivan, as crianças modificam o comportamento delas quando estão próximas de um pet, desenvolvendo responsabilidades e sentimento pelo animal.

    Chegando aos Estados Unidos:

    Em dezembro de 1998 a equipe de terapia ocupacional do St. Mary’s Hospital for Children (Hospital de Santa Maria para Crianças), em Nova Iorque, desenvolveu um programa piloto onde eram usados cachorros, uma vez por mês, para interagirem com as crianças. As seções eram individuais, cada criança tinha um tutor e um cachorro para que eles pudessem passar a mão e alimentar. Em alguns pacientes com casos graves de lesão cerebral traumática, os terapeutas ajudavam as crianças a se aproximarem dos animais, para acariciar e dar petiscos. Os resultados foram satisfatórios em sua totalidade. As crianças ficaram mais motivadas e participativas, com isso conseguiam alcançar seus objetivos no tratamento com mais facilidade e rapidez.

    Outros estudos mostram como o fato de se ter um animal de estimação ajuda que as crianças não desenvolvam obesidade e estimulam atividades no cérebro. Em pesquisa realizada entre 2017 e 2019, posteriormente publicados, a Doutora norte-americana Jill C. Fodstad, psiquiatra formada na Faculdade de Medicina de Indiana, foi a líder em um estudo onde sua equipe de pesquisadores acompanhou atividades em uma clínica pediátrica. Durante as semanas de pesquisa, foi observado que as crianças, ao brincarem e interagirem com cães e gatos, apresentavam estímulos no corpo e no cérebro. Os resultados concluíram que, as crianças que mostravam mais interações com os animais de estimação, tiveram um aumento significativo na criatividade, imaginação e curiosidade.

    Chegando em território tupiniquim:

    No Brasil, a função que regulamenta o uso de animais como tratamento está ainda em construção. Entretanto, a nossa constituição já conta com uma lei que autoriza o uso de animais como instrumentos de educação e pesquisa. Com isso em mente, em 2017, pesquisadoras do Centro Universitário do Rio Grande do Sul, a psicóloga Jéssica Marinho, e a professora e psicóloga Renata Zamo, escreveram um artigo, a partir de estudos teórico-científicos, sobre os benefícios que a Terapia Assistida por Animais (TAA) pode gerar quando utilizada no processo de tratamento com crianças que apresentam comprometimento no desenvolvimento físico e psíquico.

    O estudo proposto pelas psicólogas buscou apresentar que os benefícios de ter animais de estimação para as crianças não vêm apenas do próprio animal, mas sim majoritariamente da consciência dos pais e da amizade da criança com o animal. Ainda de acordo com a análise das pesquisadoras, não será bom para os pais forçar a criança a assumir grandes responsabilidades, ignorar as preocupações da criança quando o animal morre ou adoece ou menosprezar o relacionamento dela com o animal. Portanto, o papel dos pais é de extrema importância para resultados satisfatórios.

    As evidências apontam que crescer com um animal de estimação pode trazer benefícios sociais, emocionais e educacionais para a criança. As idades que apresentam resultados mais impactantes são em crianças de até 6 anos de idade e adolescentes com 10 anos ou mais. Os estudos mostram também que cães e gatos são os que fornecem melhor assistência no desenvolvimento social, por conta do maior nível de interação e reciprocidade comparada aos outros animais domesticáveis.

    O que podemos definir a partir disso?

    A Terapia Assistida por Animais (TAA) é um método de tratamento que auxilia enfermos que estejam enfrentando doenças ou que possuam outras condições médicas. Vem sendo utilizado em diversas idades de pacientes, e mostrando muitos resultados positivos em crianças e adolescentes. Os estudos científicos apresentados acima são apenas uma minúscula parcela do que realmente vem sendo pesquisado no âmbito do relacionamento do animal com a criança.

    A terapia providencia melhorias na comunicação, aumenta índices de autoestima, diminui sintomas de doenças e gera uma melhoria no quadro geral da vida do paciente. Portanto, a Clínica Veterinária Habitat apoia iniciativas que promovam adoção responsável de animais e projetos que ajudam no tratamento de animais de estimação de famílias que não têm condições financeiras, como a ‘Protege o Pet’, iniciativa idealizada e criada pela própria Habitat. Em resumo, é cientificamente comprovado que a relação entre pets e crianças trazem benefícios diversos para elas.