Banda União XV de Novembro e Seminário de Mariana são destaques em estudo publicado pela UFRJ

    Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    A revista LaborHistórico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, trouxe em sua última edição, dois artigos sobre patrimônios musicais de Mariana: a Sociedade Musical União XV de Novembro e o Seminário de Mariana.
    A revista é produzida pelos programas de pós-graduação em Letras Vernáculas (PPGLEV) e Letras Neolatinas (PPGLEN), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em sua última edição destacou o patrimônio musical histórico brasileiro.
    O artigo que destaca a banda União XV de Novembro foi produzido pela pesquisadora e professora da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Manuela Areias Costa. Nele, ela propõe reflexões sobre o reconhecimento das bandas de música brasileiras como patrimônio cultural.

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    De acordo com a pesquisadora, as sociedades musicais são protagonistas na produção musical de muitas cidades e desempenham um papel de guardiãs de memórias da tradição popular.
    A União XV de Novembro possui em seu acervo, partituras, instrumentos musicais, fotografias, estatutos e atas de reuniões que revelam o passado e guardam a memória dos músicos marianenses e mineiros, tratado pela autora como um lugar de “arquivo vivo”.


    A Sociedade Musical União XV de Novembro completará 121 anos de atividade no próximo mês de novembro. A banda foi fundada pelo professor e líder político local Dr. Gomes Freire de Andrade, com o objetivo de promover a política republicana no início do século XX. A sociedade musical é até hoje um dos mais tradicionais patrimônios da cidade, mantendo suas tradições e promovendo práticas culturais em Mariana.O professor de história da arte Eduardo Campos destacou a importância das bandas e de se estudar o patrimônio musical marianense. “As bandas de Mariana são grandes formadoras de músicos e profissionais da área. Conheço vários músicos que passaram pelas bandas da cidade. São redutos, escolas que formam músicos e os inspiram o gosto pela música e a seguir essa carreira”, disse.
    Já o Seminário de Mariana é mais antigo e foi fundado em 20 de dezembro de 1750 pelo primeiro Bispo Dom Frei Manuel da Cruz. Hoje, o local está desmembrado em dois institutos: o Seminário Menor Nossa Senhora da Boa Morte e o Seminário Maior São José. A instituição possui 272 anos de existência, sendo considerada uma dos mais importantes centros de formação de sacerdotes no Brasil.O artigo produzido por Josinéia Godinho, professora do Curso de História da Arte Sacra da Faculdade Dom Luciano Mendes (FDLM), busca entender o desenvolvimento de atividades relacionadas à música dentro do Seminário de Mariana. Ela relembra a presença da música na formação dos sacerdotes, e procura fontes de informação para como esse ensinamento se dava.
    De acordo com a professora da FDLM, o Seminário de Mariana conta com duas coleções bastante ricas: uma localizada no Museu da Música de Mariana e abriga o repertório instrumental da Orquestra do Seminário; e a outra coleção na posse do Seminário Maior e se compõe de repertório sacro vocal, biografias de compositores e métodos para o aprendizado dos mais diversos instrumentos.
    Pelo seu acervo, métodos de ensinamento e influência na musicalidade, a autora define o Seminário de Mariana como “Encarregado da Memória”. Segundo o artigo de Godinho, esse título ainda é mantido pelo Seminário, pois ele é responsável por organizar e prover a música para os ofícios e missas do local.A revista LaborHistórico funciona de modo online que tem como foco estudos sobre o patrimônio histórico brasileiro, recebendo contribuições de diversas áreas do conhecimento, dentre elas: Linguística, Literatura, História e Paleografia. A edição que contém os artigos sobre o patrimônio musical marianense, trata-se de um dossiê temático, intitulado “Patrimônio Musical Brasileiro”. Neste dossiê estão reunidos artigos relacionados tanto ao patrimônio musical histórico acumulado em fontes musicográficas.