“Os cemitérios municipais e paroquiais necessitam de várias intervenções” afirma responsável pelo setor da Prefeitura de Mariana
    Jazigos perpétuos no Cemitério Santana, em Mariana / Foto: João Gonçalves

    Por: João Gonçalves e Hynara Versiani

    “Os cemitérios públicos de Mariana não enfrentam problemas relacionados à superlotação”. É o que diz o Chefe dos Serviços Mortuários do município, José Martins Sales. Ele explica que esse problema esteve próximo de se tornar realidade em 2007, mas que desde que assumiu o cargo, conseguiu contornar o problema por meio da construção de túmulos verticais e pelo uso da lei 2062/2007.
    O método utilizado para evitar a superlotação foram os túmulos verticais, que utilizam gavetas para guardar os corpos. Sales afirma que esse método é utilizado para otimizar o espaço do cemitério, sem que seja necessário ocupar o espaço usado para caminhar. Os cemitérios públicos de Mariana possuem 788 gavetas ou túmulos verticais, sendo 572 no Santana e 216 no São Gonçalo.


    Hoje, os cemitérios da cidade não possuem jazigos para serem vendidos às famílias, mas graças à rotatividade dos corpos e aos túmulos verticais, há locais o suficiente para a realização dos sepultamentos. Sales conta que acredita que a construção de um novo cemitério público permitiria que esse costume voltasse a ser possível. O Chefe dos Serviços Mortuários ainda destaca que uma das causas para os problemas do final de 2007 foram as vendas desordenadas de túmulos, que tumultuaram o espaço dos cemitérios. Com a utilização de gavetas e túmulos verticais, esse problema é resolvido, pois sua venda é proibida por lei.
    A lei 2063/2007 permite aos cemitérios municipais desocuparem as gavetas a partir da exumação de corpos que foram sepultados há mais de três anos. Sales explica que essa medida é possível pois de acordo com a lei esses espaços são públicos.De acordo com o Chefe dos Serviços Mortuários de Mariana, o corpo não será exumado em exatos três anos; o tempo depende da necessidade de se abrir espaço no cemitério. Quando há essa necessidade é feita uma publicação na qual constam os nomes dos mortos que serão exumados e após 30 dias da publicação, se um parente comparecer, os mortais irão para um ossário individual, caso contrário, para uma caixa de ossos coletiva.

    Túmulos verticais localizados no Cemitério Santana / Foto: João Gonçalves


    Para mostrar que hoje não há problemas de superlotação nos cemitérios públicos de Mariana, Sales afirma que é possível desocupar cerca de 300 sepulturas, que ficariam livres para o recebimento de novos corpos.
    Para o recebimento dos corpos exumados existem ossários individuais no Cemitério Santana, além de dois ossários coletivos para os casos em que a família não comparece. De acordo com os dados da Administração dos Cemitérios, foram realizadas 160 exumações no ano de 2020; com 40 ossários sendo ocupados, e o restante resto foi movido para algum distrito ou outro cemitério. Apesar dessas medidas terem sido tomadas, para José Martins Sales, os cemitérios ainda possuem muitos problemas. “Os cemitérios em geral no município são todos antigos e necessitam com certeza de várias intervenções no que tange ao melhoramento de suas estruturas, tanto os municipais quanto os que são de responsabilidade das paróquias”.