Secretário de Obras e Gestão Urbana, Newton Godoy afirma que a causa desses buracos nas calçadas são, às vezes, os serviços feitos pela própria prefeitura, como o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e a Secretaria Adjunta de Serviços Urbanos (SASU). Para ele a solução é criar uma equipe treinada para recuperar os passeios: “para mostrarmos que a nossa cidade é bonita e pode ser bem cuidada”. Disse.
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Por João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Morador de Camargos veio em Mariana buscar seu pagamento e voltou pra casa com a perna quebrada! Também uma senhora moradora do centro fraturou o braço numa queda ! Acidentes nas calçadas tem se repetido e já foram até capa do jornal O Espeto que acompanhou o caso do idoso morador de Camargos.
Mariana tem em seu Centro ruas e calçadas de lajes de quartzito e pedra pé de moleque que constituem o patrimônio histórico e cultural do município, característica do século XVIII, porém sofrem com problemas estruturais, de acessibilidade e falta de conservação.
Alguns moradores que possuem mobilidade reduzida reclamam da altura dos passeios e de estarem esburacados, o que prejudica a sua locomoção e seu bem-estar.
O estudante Carlos Nascimento, 20 anos, cadeirante, afirma que sente-se desgastado ao andar pelas calçadas de Mariana por conta da sua dificuldade de locomoção. “Eu sinto dores e acabo tendo desconfortos ao longo do dia, por andar nessas calçadas, por andar nessas ruas irregulares”, disse.
Carlos afirma compreender a necessidade de se manter o padrão colonial e histórico das vias da cidade, mas que a questão da acessibilidade precisa ser repensada. “Mariana se mantém em nome de uma história, mas que história é essa que deve ser mantida? Uma história de falta de acessibilidade, de não considerar o outro?”, questiona o estudante.
Os passeios que compõem o Centro Histórico são antigos, para o Secretário de Obras e Gestão Urbana, Newton Godoy, a principal razão para a situação atual dos passeios de Mariana é o desgaste natural. A deterioração não pode ser evitada, já que é ocasionada pela constante utilização, mas pode ser remediada.
Outra causa apontada pelo secretário também são os serviços realizados por alguns órgãos do município, como o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e a Secretaria Adjunta de Serviços Urbanos (SASU). “A causa desses buracos são, às vezes, os serviços feitos pela própria prefeitura, ou então, em um evento que se tira uma pedra e não volta para o lugar e fica ali um espaço quebrado, um buraco”, exemplifica.
Para Carlos e outras pessoas que precisam enfrentar problemas relacionados à mobilidade, a condição das calçadas é uma questão de qualidade de vida.
“Já caí em Mariana, Graças a Deus, nunca me machuquei seriamente, mas conheço pessoas, idosas inclusive, que caíram e se machucaram. Então, [os passeios irregulares e esburacados causam acidentes, é uma questão de bem-estar, de cuidado com a população”.
Newton Godoy afirma que essa situação precisa ser vista com mais cuidado pelo poder público, considerando que os passeios são, muitas vezes, altos e estreitos, o que gera uma dificuldade na locomoção das pessoas. “Precisamos tomar providências para manter esse centro mais utilizável, mais pertinente às necessidades da comunidade”, afirma o secretário.
Pensando em soluções para os problemas estruturais dos passeios de Mariana, o secretário afirma acreditar que a melhor forma de resolvê-lo é a partir de uma revisão e um planejamento visando recuperar as ruas e as calçadas.
O secretário afirma já ter discutido com o próximo prefeito interino Vereador Edson Agostinho, Leitão, a possibilidade de ter uma “equipe de manutenção” para ruas e calçadas do Centro Histórico e outras áreas do município.
“Fazer com que haja uma equipe ou mais equipes treinadas com calceteiros e assentadores de cerâmica e pedra, para recuperar os passeios e ter um olhar permanente para mostrarmos que a nossa cidade é bonita e pode ser bem cuidada”.
O estudante Carlos Nascimento acredita que medidas precisam ser tomadas e que são primordiais para a população: “Para mim, é primordial, para que a cidade possa democratizar o acesso às áreas da cidade, porque elas acabam sendo para as pessoas que não têm deficiências e nem dificuldades de locomoção”.
Nota da Redação : Hoje nem o prédio da Prefeitura tem acessibilidade. O que o povo quer é andar sem cair nas calçadas e ruas de Mariana. È muito pedir isso ?