Com estoque 30% abaixo do ideal, Banco de Leite Humano da Maternidade Odete Valadares precisa de doações para suprir déficit
“Pedimos a todas as mamães que estão amamentando, e que tenham excedente de leite, que nos ajudem a salvar a vida dos bebês prematuros da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal da maternidade e de outros hospitais parceiros. Além disso, se você tem alguma amiga que também está amamentando, convide-a para nos ajudar”.
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O apelo da psicóloga e coordenadora do Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Odete Valadares (MOV), Maria Hercília Barbosa, busca sensibilizar lactantes de Belo Horizonte e demais cidades do estado para ajudarem a salvar a vida dos filhos de mulheres que não podem amamentar.
Cada frasco de um litro pode alimentar até dez recém-nascidos por dia. São mais de 80 prematuros que necessitam, diariamente, desse alimento para se manterem saudáveis. Para suprir a demanda mensal, são necessários pelo menos 250 litros.
Doar é simples
A coleta é feita na casa da doadora, com conforto e segurança. “Basta ligar para os números (31) 3298-6008 ou (31) 3337-5678 para receber a orientação necessária e realizar um gesto de solidariedade e de amor aos bebês que necessitam do excedente do seu leite. Quanto mais seu bebê mama, mais leite você produz”, ressalta Maria Hercília.
Antes de ser ingerido pelos recém-nascidos, o leite recebido pelo BLH passa por um processo de análise e pasteurização, em um rigoroso controle de qualidade, que visa eliminar possíveis vírus ou bactérias que possam estar presentes.
Ainda segundo a coordenadora, quando o bebê prematuro recebe o leite doado, ele aumenta significativamente a chance de se recuperar e de ter uma vida saudável. Com o leite materno, ele ganha peso de forma mais rápida e adquire proteção contra infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês recebam, exclusivamente, leite materno nos primeiros seis meses de vida.
De acordo com as estatísticas da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH), da qual o BLH da MOV (referência estadual) faz parte, somente no ano passado, 6.742 bebês prematuros nascidos em Minas Gerais se beneficiaram dos mais de 7 mil litros de leite distribuídos pelos bancos de leite humano do estado.
Amamentação cruzada
Não recomendada pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, a prática de amamentar outro bebê, ou de permitir que o recém-nascido seja amamentado por outra mãe (mesmo que seja alguém da família), chamada de “amamentação cruzada”, ainda é uma realidade no Brasil.
Esse costume pode levar a criança a contrair doenças infectocontagiosas como aids e hepatite, entre outras, em razão de o leite não ter sido tratado adequadamente, pelo processo da pasteurização, como ocorre nos bancos de leite e determina a legislação.
Rede brasileira
O Brasil conta com 228 bancos de leite humano e 232 postos de coleta distribuídos por todas as regiões do país. Em Minas, segundo dados da Rede de Bancos de Leite Humano, estão presentes 12 BLHs e 31 postos de coleta.
Criada há 25 anos, por iniciativa do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz, a rBLH promove, protege e apoia o aleitamento materno, por meio da coleta e da distribuição do leite humano com qualidade certificada, o que contribui para diminuir a mortalidade infantil no país. Fonte: Governo de Minas.