Na vida tudo é poesia
    Por: Roberto Santos

    Hoje levantei cedo e vi o tempo. O vento soprava e ao tocar meu rosto a sensação de frio ficava mais latente. Só que ao longe uma claridade insistia em romper imensidão de nuvens que povoava o céu naquela hora, era o sol. Peguei as toalhas e coloquei no varal. Saí de casa por um instante e ao caminhar pelas ruas da bela Ouro Preto, senti os pingos da chuva, as pedras em que pisava estavam molhadas e escorregadias desenhando formas e formando um espetáculo cinematográfico dando contornos de beleza aquela manhã.

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    Mas uma coisa era certa, o sol que esperava não havia chegado e as toalhas estavam no varal à espera dele. Naquele momento reinava a chuva, que mansa e bela molhava os telhados e calçadas de ouro preto.  Ao chegar em casa ainda mansa a chuva caía. Abri as janelas e fui olhar o jardim, o toque da agua nas folhas e flores me dava uma sensação de carícias e declaração de amor.

    Do outro lado da casa mais flores e pequenos arvoredos. A chuva ainda caía mansa e calma e ao longe pude ver a igreja de são Francisco de Paula em meio às arvores acolhendo majestosa as aguas de fevereiro. Então pude ver naquele momento que eu além de vislumbrar tanta beleza também fazia parte daquele cenário deslumbrante.

      Mas o sol que eu esperava continuava escondido não sei se em um gesto de humildade, pois deixava a chuva reinar ou mesmo simplesmente por respeito, pois sabia que seu momento iria chegar. O fato é que vez por outra eu via sua claridade mesmo ante a supremacia das nuvens. Talvez esse revezamento entre o sol e a chuva na verdade descrevesse uma linda história de amor.

    Quem sabe no momento em que eu percebia o sol em meio às nuvens, fosse caricias do astro rei, ou a chuva no abrigo das nuvens, em alguma janela imperceptível aos nossos olhos estava sendo cortejada pelo sol em uma sonora serenata também imperceptível aos nossos ouvidos, Saí outra vez e vi o sol, porém instantaneamente a chuva voltava.

    Resolvi então ficar apenas no campo da contemplação e não tentar entender aquelas manifestações que de tão inexplicáveis se faziam bonitas. Aquela esperança que o sol nutria em si, ao aguardar seu momento de brilhar era a mesma esperança que eu havia partilhado com uma amiga – se assim ela me permitir chama-la – pela manhã.

    Eu esperava o sol que não chegou. Talvez hoje ele ainda venha, mas se não vier não tem problema, amanhã vou trabalhar, mas depois de amanhã vou estar em casa com a graça de DEUS e então colocarei as toalhas de novo, até que ele venha. Afinal não sei o que estava acontecendo lá em cima hoje, se for um romance não quero atrapalhar, até faço gosto, os dois me trazem alegria.

    Só para esclarecer:

    Como somos um pouco de cada coisa, somos médico até recomendamos alguns remédios, somos um pouco advogado, psicólogo, enfim diante disso declaro a minha porção poeta. Na vida tudo é poesia, se não for a gente transforma.