Sonhei, sonhei mesmo!
Descobri que sonhar é viver conjunturas reais num mundo quase irreal. Era um sonho que de tão autêntico, instigou a perder-me na fronteira entre ele e a realidade.
Misturei as duas dimensões quando a saudade de Nadine me fez vagar numa noite de lembranças. Recordar Nadine, a moça que gostava de borboletas, e gostava tanto, que certa vez me confidenciou ter um edredom repleto dessas coloridas lindezas, é voltar no tempo e mergulhar em lembranças que os dias eternizaram.
Pois bem, adormeci cansado depois de um dia intenso de trabalho, não demorou muito para se formar em minha mente – como uma imensa tela de cinema – passagens em que Nadine aparece constantemente diante de mim. Dona do mais belo sorriso e de uma graciosidade sem par há muito tempo arrebatara meu coração.
E avancei madrugada adentro nesse pensamento incontrolável. De repente me vi entre os corredores centenários da bela cidade de Ouro Preto, vagando como um fantasma dos contos mais horripilantes. As arandelas nas paredes formavam um corredor de luzes razoavelmente fracas, dando um charme sem igual. Essa pouca luz projetava minha imagem na centenária calçada que inseparável, acompanhava minha busca pela moça das borboletas.
O silêncio daquele momento era contraditório, pois dentro de mim era puro frenesi. Aquelas sombras – minha e dos casarões – se esgueirando pelo chão começaram a me assustar, e fugindo desse medo, olhei para o alto tirando os meus olhos do chão. Avistei lá em cima, a imponente lua. Parecendo falar-me, ela me acalmou.
Eu a segui, e entrando pelos becos estreitos e tortos, da belíssima cidade de Ouro Preto, não deixei que escapasse de mim. Até parecia que estava brincando comigo, pois numa dança suave, dava a impressão de mover-se. De alguma forma ela sabia que minha vontade era encontrar Nadine, sabia também que a minha procura era uma tentativa extremada, a lua devia ter pensado o que havia me levado a acreditar que a moça das borboletas também estaria a vagar na madrugada!Algum tempo depois uma nuvem encobriu a lua, eu parei e fiquei quieto, pensei em voltar para casa, mas inconscientemente fui tomado por um turbilhão de pensamentos.
Nadine ficou tão real para mim, dessa vez parece que a brisa da madrugada foi quem a trouxe. Talvez fosse um plano da lua em parceria com o vento, de me fazer chegar até ali, e encontra-la nesse inexplicável do amor.
E parado num cantinho de Ouro Preto, numa madrugada escura, pois a lua que clareava meus passos escondeu-se numa nuvem e lá ficou.
Encostei-me à parede de um casarão e de olhos fechados, lágrimas de amor se lançaram ao chão. Eu disse a moça das borboletas que do meu pensamento não saia, que a saudade cruel apertava meu peito, e que a falta do seu sorriso consumia minha alma. Eu tinha saudade de corteja-la com meu olhar apaixonado, e receber de volta uma fração de sua simplicidade, seu charme maior.
Eu acordei e vi que era um sonho. Foi um despertar de saudade. Fazia tempo que eu não a via, e esse desejo de encontrá-la novamente, foi o fator motivador desse sonho com origens bastante reais.
Ela certamente repousava em algum lugar da cidade, envolvida por um edredom paravelmente repleto de borboletas.Espero que outro dia eu sonhe de novo, e que de sonhos eu possa viver feliz, afinal não posso tê-la, que graça teria findar a minha busca, se nela encontro razões para viver.
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