Professor Roque Camêllo, como ele gostava de ser chamado, pois começou a dar aulas particulares desde os 10 anos, quando voltou das suas primeiras férias do Seminário Menor de Mariana. Desde então, nunca mais parou de ser professor, estava sempre a ensinar. Roque sempre dizia: “Enquanto os governantes não valorizarem o professor e estes não se conscientizarem da sua importância, ensinando com amor, responsabilidade, ética e sabedoria, nosso país não mudará. É preciso acontecer uma simbiose […]”.
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Roque Camêllo foi um filho que sempre lutou em prol de sua cidade. Ainda universitário, fundou a “Terceira Força Jovem” com outros estudantes, de partidos políticos contrários, àquela época o PSD e o UDN. Ele e Raimundo Tonidandel se elegeram vereadores. Isto quando a vereança nada ganhava. Roque ia de trem de Belo Horizonte para Mariana todos os sábados – pagando ele mesmo as suas passagens – para participar das reuniões, na Câmara Municipal.
Roque conseguiu que a CEMIG fosse instalada em Mariana e que os Banco do Brasil e Caixa Econômica, também, abrissem agências na cidade. Além de conseguir a construção das estradas de contorno de Mariana e Ouro Preto, como bem lembrou o jornalista Jurandir Persichini Cunha, em um artigo publicado no jornal Edição do Brasil de Belo Horizonte. Persichini foi diretor da Rede Globo, em Belo Horizonte, e é testemunha da luta de Roque Camêllo em prol de Mariana. Pois, acompanhou a luta do marianese para conseguir melhorias para a região dos Inconfidentes.
A comemoração do Dia do Estado de Minas Gerais foi fruto de suas pesquisas e do encaminhamento do projeto que ele fez até chegar ao Governador de Estado e à Assembleia Legislativa para aprovação. Depois, quando tentaram acabar com esta comemoração, por duas vezes, ele esteve sempre à frente lutando para que esta celebração continuasse.
São muitos os seus feitos; todos voluntários. Como Presidente ou como Diretor-Executivo da Fundação Cultural e Educacional da Arquidiocese de Mariana (FUNDARQ), trabalhou para a restauração do Santuário Nossa Senhora do Carmo – após o incêndio em 1999 – para a restauração das partituras dos séculos XVIII e XIX e para a gravação e divulgação desse material. Além disso, foi o responsável pelo registro do acervo do Museu da Música no Programa Memória do Mundo da UNESCO e pela segunda reforma do órgão Arp Schnitger da Catedral de Mariana. Infelizmente, Roque Camêllo não teve tempo para conseguir restaurar os famosos jardins do antigo Palácio Episcopal de Mariana, que tanto encantaram o viajante Auguste de Saint-Hilaire, quando visitou Mariana.
No próximo 21 será a aberta da exposição “Contínuo Barroco HÉLIO PETRUS”, uma idealização e patrocínio do Instituto Roque Camêllo, para concretizar mais uma das vontades de Roque: que Belo Horizonte recebesse uma bela exposição de um importante artista marianense e, também, fosse mostrada a riqueza que guarda o Museu da Música de Mariana.
Merania Oliveira
Instituto Roque Camêllo