Comitê da Bacia do Rio Piracicaba anuncia investimentos de R$ 70 milhões para recuperação ambiental
    Secretária de Meio Ambiente de Mariana, Denise Almeida

    Por: Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves

    Evento realizado no Sesi/Mariana discute problemas e soluções para o cuidado com a água na região

    No último sábado, dia 18 de março de 2023, teve início, em Ouro Preto, a Segunda Expedição pelo Rio Piracicaba, em que foram discutidos os problemas existentes na bacia hidrográfica do rio. No domingo, 19 de março, o evento foi realizado no Sesi/Mariana, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba (CBH-Piracicaba) anunciou investimentos de R$ 70 milhões em obras de recuperação ambiental na região.

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    De acordo com o Técnico da Escola de Projetos AGEDOCE, Alex Cardoso, do total de R$ 70 milhões, R$ 50 milhões são destinados a obras de serviço de esgotamento sanitário (SES) e R$ 20 milhões são destinados a obras de serviço de abastecimento de água (SAA). Contando com o valor destinado à Iniciativa RIO VIVO, que contempla 54 municípios, o total de recursos ultrapassa os R$ 106 milhões.
    O projeto “Expedição Piracicaba – Pela Vida do Rio” propõe uma análise dos problemas da nascente do Piracicaba até o encontro com o Rio Doce, e apresenta soluções para esses problemas.

    A primeira expedição se iniciou em maio de 2019 e encerrou em junho do mesmo ano, e seu objetivo foi a coleta de imagens, amostras de água, solo, informações e material para produção de produtos como relatórios, livros e revistas.


    O evento no Sesi/Mariana realizou o lançamento do livro técnico que conta os resultados dos estudos realizados pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei). De acordo com o Professor José Augusto, os dados da primeira fase da expedição indicam que o saneamento básico é um dos principais problemas da bacia, e que sua vazão está baixa em diversos pontos. “Uma pessoa adulta consegue atravessar o rio sem problemas. Se nada for feito, o rio deixará de ser perene em 2030”, afirma.

    O professor explicou que dos 13 microcontaminantes (sacolas plásticas, medicamentos e outros itens de uso comum) avaliados nas pesquisas, o número mais alto encontrado nos pontos de análise do rio foi de sete. “Os mais afetados pela presença desses microcontaminantes são bebês, crianças em fase de crescimento e idosos”, acrescentou.

    A Secretária de Meio Ambiente de Mariana, Denise Almeida, que também estava no encontro, ressalta a importância do CBH nas ações de proteção dos recursos hídricos. Complementando sua fala, o Presidente do CBH-Doce, Flamínio Guerra, diz: “Estamos em um momento especial agora, finalizando nosso plano e tendo essa efetividade junto aos municípios e às companhias de saneamento”.
    O comitê falou sobre diversos projetos que estão em desenvolvimento: a parceria da AGEDOCE com a Fundação Renova, que visa um projeto de restauração florestal em nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Doce; o Programa de Convivência com as Cheias, que objetiva elaborar mapas de inundação e elaborar sistemas de previsões; o Programa de Redução de Perdas no Abastecimento de Água; entre outros.

    Denise Almeida destaca duas importantes ações que o município de Mariana iniciou para melhorar a qualidade das águas: o início do processo de licitação do tratamento de esgoto, e uma ação no Distrito de Cachoeira do Brumado, tratado os esgoto em todas casas a montante (acima) da cachoeira do Brumado iniciada em 2022. “A cachoeira está interditada há mais de 10 anos, e nós iniciamos lá a instalação das [Estações Biológicas de Tratamento de Esgoto] BIOETEs. Hoje, já temos instaladas 102 unidades, e nossa intenção é chegar a atender todas as casas.”