Vendedores ambulantes de Mariana ameaçados por suspensão de alvarás

    Novo Código de Postura aprovado pela Câmara de Mariana prejudica vendedores ambulantes

    Por: Hynara Versiani

    Balões, algodão doce, pipoca e brinquedos podem deixar de ser vendidos na Praça Gomes Freire

    A venda de balões, algodão doce e pipoca é uma tradição antiga na Praça Gomes Freire, no Centro Histórico de Mariana. Há pouco tempo, carrinhos eletrônicos também foram adicionados ao local, fazendo com que as crianças tenham uma lista ampla de recreação.

    Porém, os vendedores desses itens correm o risco de não poderem mais exercer esse direito devido ao Novo Código de Posturas aprovado pelos Vereadores em Mariana.

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    Mesmo cadastrados na Prefeitura de Mariana, os vendedores ambulantes tiveram seus alvarás suspensos recentemente, devido ao novo Código de Postura.

    Daniel Rivelli trabalha há 20 anos nesse ramo, indo sempre à Praça Gomes Freire em eventos e finais de semana. O vendedor diz estar tendo dificuldade desde o ano passado desde a vigência do Novo Código de Postura.

    . “Foi até iniformado um horário para irmos embora, que é às 18 horas.” Rivelli explica que o movimento na Praça Gomes Freire começa às 15 horas e vai até as 22 horas, ou seja, ir embora às 18 horas significa perder mais da metade do tempo de muito movimento do local.


    Para o novo código de Postura balões, pipoca e algodão doce podem ser consideradas como poluição visual. “Essas coisas não são poluição, e sim cultura e tradição, pois meu avô Peixoto vendia pipoca ali há muitos anos”, conta.
    Outro vendedor, Divimarlen Silva, explica como funciona o aluguel dos carrinhos eletrônicos: “Colocávamos os carrinhos na praça com autorização dos órgãos competentes e com todas as taxas pagas, os pais alugavam por alguns minutos e davam voltas pelo jardim. Era como eu garantia o sustento da minha casa, com pais e filhos se divertindo com os carrinhos.”


    Divimarlen trabalha há mais de dois anos no ramo, e conta que no dia seis de dezembro de 2022, foi comunicado que sua autorização havia sido revogada, e que não sabiam lhe dizer o motivo. Após entrar em contato com o Secretário de Cultura e Turismo da época e diversos vereadores, o vendedor foi notificado que não era possível voltar atrás por conta do Código de Posturas.


    Divimarlen, Daniel e outros vendedores acreditam que os interesses de poucos estejam sendo priorizados, e não a vontade do povo. “Graças a Deus, o vereador Tikim fez um pedido para o nosso retorno. Fiz também um abaixo-assinado digital que muitos vereadores assinaram. Também quero agradecer a eles pela ajuda”, complementa Divimarlen.

    Vereador Tikim Mateus

    O vereador Tikim Mateus também convidou as empresas Cedro Mineração, Samarco Mineração, Vale e Fundação Renova para participarem da reunião a ser agendada, para que seja discutido como estas empresas estão dando suporte para o comércio local em geral.