1ª Caminhada Arco-íris em prol da visibilidade da comunidade LGBTQIAP+ em Mariana

    Evento promovido pelo Movimento Mães da (R)existência com apoio da Prefeitura de Mariana tem como objetivo unir as pessoas para lutar contra a violência e o preconceito contra a comunidade LGBTQIAP+.
    A coordenadora da Atenção Primária em Saúde da Prefeitura de Mariana, Larissa Oliveira, disse que foi realizado um cadastro de pessoas da comunidade LGBTQIAP+ no final da caminhada para assim poder entender, dialogar e conhecer mais essa população para criar políticas públicas direcionadas.

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    Por João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani


    Neste sábado, dia 13 de maio de 2023, aconteceu no Centro Histórico de Mariana a primeira Caminhada do Arco-íris, promovida pelo Movimento Mães da (R)existência e com apoio da Prefeitura Municipal de Mariana. A manifestação tem como objetivo unir as pessoas para lutar contra a violência e o preconceito contra a comunidade LGBTQIAP+.


    A caminhada iniciou com uma concentração no Centro de Convenções Alphonsus Guimaraens e partiu em direção à Praça Gomes Freire (Jardim).
    O momento principal da caminhada foi na Praça Tancredo Neves, em que os manifestantes paralisaram em alguns momentos o trânsito com cartazes com frases como “O respeito começa dentro de casa” e “Amor não escolhe sexualidade”.


    De acordo com o vice-presidente, Matheus Januário, os objetivos do coletivo estão relacionados à educação e saúde para a população LGBTQIAP+. “A gente vem caminhando aos poucos, nosso objetivo é em prol das áreas da educação e da saúde. (Porque) É mais difícil acertar o público LGBT nesse sentido, pois são as partes em que eles são mais excluídos”, diz.
    A técnica em enfermagem Júlia Gabriele, é lésbica e conta que a luta pelos direitos deve começar dentro de casa, sendo o apoio familiar o mais importante. “Aceitação em casa é tudo. A partir do momento que a gente não tem na rua, ter dentro de casa já é um alívio enorme. Fora importa também, mas não tanto, porque quando vem de dentro da sua casa aquele respeito, é outra coisa. É o que mais vale no coração”, afirma.
    Júlia participou da caminhada junto de sua família, Elenir Reis, que destacou que por conta do preconceito presente na sociedade, a aceitação foi difícil. “Quando ela me falou, para mim foi difícil pelo que ela viveria na rua. Então, para mim foi difícil, mas estou do lado dela, porque se eu não aceitar minha filha, como é que eu vou brigar com a sociedade?”, questiona.


    Na Praça Gomes Freire, onde foi encerrada a caminhada, foram colocadas barracas com informações sobre os cuidados com a saúde das pessoas da comunidade LGBTQIAP+. Alguns dos temas trabalhados no local foram a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, que garante o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a esse público; e a obtenção dos nomes sociais pelos Transexuais.


    A coordenadora da Atenção Primária em Saúde de Mariana, Larissa Oliveira, 28 anos, explica que ao final da caminhada foram realizados cadastros de pessoas da comunidade. “Estamos aqui hoje no sentido de conscientizar a população. Estamos fazendo o cadastramento da população LGBTQIAP+ para poder entender qual é essa população que temos, os riscos que estão presentes, e criar políticas públicas direcionadas a essas pessoas”, diz.