Moradores de Bandeirantes reclamam do som alto em sítios alugados para festas

    Distrito viu surgir 40 novos sítios de aluguel para festas no prazo de cinco anos !
    Por Hynara Versiani
    Moradores do distrito de Bandeirantes (Ribeirão do Carmo) reclamam do som alto vindo dos sítios no local durante as noites. De acordo com eles, nos últimos anos houve um aumento significativo no número de ambientes para festas na comunidade. O local possui mais de 50 sítios, sendo que 40 teriam sido abertos de 2018 para cá.
    O morador Sr. Lindouro Ferreira, 46 anos, conta que próximo à sua casa, há pelo menos dez sítios alugados durante os finais de semana. Para ele, os principais impactos estão relacionados ao som alto após às 22h: “Quem aluga não liga para lei do silêncio, mas para nós (moradores) é muito incômodo o barulho de som, com música ‘indecente’ e palavrões, principalmente, porque são ruas, com pessoas idosas”, reclama.
    Outro habitante do distrito, Sr. José Martins, relata que em muitos casos, as festas com som alto incomodam ao ponto de não permitir que as pessoas consigam dormir. “A gente fica prejudicado porque o som não deixa dormir, qualquer um da população pode falar isso”, declara. Ele ainda afirma entender que os principais responsáveis não são os proprietários: “Peço desculpas, mas não estou falando de um sítio isolado, estou falando de todos os sítios. Mas eles têm que controlar o som para não afetar nenhum dos moradores porque o som incomoda muito”.
    Sra. Lilian Quirino é proprietária do sítio “Espaço Bandeirantes” e disse que aluga o seu sítio há dez anos. Para ela é possível se chegar a uma solução comum para que a situação não seja prejudicial para nenhum dos lados. “É possível que através de um bom relacionamento com os vizinhos mais próximos eles se sintam à vontade para reclamar diretamente com a gente (proprietários), caso se sintam perturbados. E também, por meio de um contrato de locação bem firmado, onde o locador ao assiná-lo se comprometa a cumprir a lei do silêncio”.
    Sra. Lilian ressalta que nos momentos em que recebeu reclamações dos vizinhos, sempre interferiu para evitar maiores transtornos. “Meus vizinhos sempre me avisam e eu peço ao responsável para abaixar. Nas poucas vezes em que não me encontro em casa no final de semana, peço a um dos vizinhos mais próximos que se houver perturbação para chamar o responsável no portão e conversar com ele”.
    A proprietária Sra. Liliam ainda sugere que outros sítios proíbam o som automotivo: “Uma medida que tomei, pois acho fundamental e que deveria ser estabelecida em todos os sítios, é a proibição do uso de som automotivo”. Lilian ainda aponta para responsabilidade dos DJs e donos de empresas de festas que descumprem o que a lei do silêncio estabelece e em alguns casos geram desconforto aos moradores.
    A Associação dos Sitiantes de Mariana reforça a necessidade de que haja um alinhamento entre moradores, proprietários e os órgãos fiscalizadores. “Temos que alinhar com Polícia Militar e Guarda Municipal a respeito de multas e advertências. Uma vez que não podemos generalizar a situação, pois a maioria dos sitiantes tem placas espalhadas no local e advertências que constam no contrato de aluguel”, diz um dos membros.
    A associação informa que compreende as reclamações, mas que fechar ou punir os proprietários, não seria a melhor solução. “Se os fecharmos, Mariana não terá mais locais para eventos particulares. Se isso acontecer, bufês, cerimoniais, distribuidoras de cerveja, supermercados, bandas e DJs, e várias outras atividades em nossa cidade, seriam prejudicadas. Nesta hora temos que pensar em soluções que favoreçam moradores, os proprietários e demais empreendedores”.