Triunfo Barroco relembra a maior festa do período colonial em Minas Gerais

    Milhares de pessoas acompanharam o cortejo pelas ruas do Centro Histórico de Ouro Preto

    João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    No último sábado, 22 de julho de 2023, Ouro Preto recebeu o Triunfo Barroco. A celebração marca os 290 anos da realização do “Triunfo Eucarístico”, considerado pelo prefeito Ângelo Oswaldo (PV) o maior evento cultural do período colonial em Minas Gerais, ocorrida em 1733.

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    Em coletiva anterior ao evento, o chefe do executivo ouro-pretano afirmou esperar que cerca de 20 mil pessoas acompanhassem a festividade. Ângelo Oswaldo destaca que a festa realizada em 2023 trouxe diferenças em relação à celebração original. Por isso, o nome da festa foi alterado para “Triunfo Barroco”, pois seu foco foi na cultura desenvolvida na antiga Vila Rica, e não somente na religião.

    Ângelo Oswaldo ressalta a importância de resgatar o Triunfo Barroco e trazer sua narrativa para a contemporaneidade, promovendo a cultura e a história do Brasil. Ele enfatiza que Ouro Preto é monumento nacional e patrimônio cultural da humanidade, e que essa festa é um símbolo da história do país.

    O Triunfo Eucarístico original aconteceu ao longo de 9 dias em maio de 1733 e marcou a ampliação e embelezamento da Igreja de Nossa Senhora do Pilar. O prefeito explica que a festa foi um símbolo da prosperidade e riqueza de Ouro Preto na época do auge da mineração do ouro em Minas Gerais.

    A celebração consistia em uma grandiosa festa com diversos eventos culturais, incluindo touradas, cavalhadas, bailes e retretas. A festividade culminou em uma procissão, que reuniu uma variedade de representações, desde os planetas até figuras mitológicas, como os indígenas Carijós e africanos ornamentados. Um carro carregando uma estátua de um homem negro representava o próprio Ouro Preto, simbolizando a riqueza da região.

    Ângelo Oswaldo conta que a narrativa e os detalhes desse cortejo foram registrados no livro do cronista Simão Ferreira Machado, publicado em Lisboa no ano seguinte, em 1734, com o patrocínio dos irmãos pretos do Rosário de Vila Rica. Segundo ele, graças a esse livro, é possível reconstituir a grandiosidade e a opulência dessa festa histórica.

    O Triunfo Barroco recebeu o apoio da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), o presidente Reynaldo Passanezi, destaca a importância do patrocínio cultural para a empresa, com o objetivo de investir em Minas Gerais e valorizar sua cultura e história. Ele menciona que a Cemig é o maior patrocinador cultural do estado, buscando reacender a “mineiridade”, símbolo de liberdade, história e cultura.

    O evento do Triunfo Barroco deste ano reuniu centenas de atores, dançarinos, músicos, personagens históricos e mitológicos, proporcionando uma experiência única e indescritível para as milhares de pessoas que viram o espetáculo. Questionado se o evento poderia ser realizado com uma frequência maior por conta da mobilização que gera,  prefeito Ângelo Oswaldo afirma que a festa deve ser explorada somente em datas especiais, sem banalizá-la, para preservar sua importância cultural.