Biblioteca Pública de Mariana em condições precárias: última reforma foi há 30 anos


    “Temos infiltrações na estrutura elétrica, reparos com fita isolante e até maçanetas quebradas nos banheiros”, relata o coordenador da Biblioteca Sr. Alexandre Soares. Ele destaca ainda que a dificuldade em obter verbas é um problema constante. Nos últimos quase 30 anos, a biblioteca raramente recebeu investimentos financeiros significativos. Há equipamentos que foram comprados, mas estão parados devido a falta de recursos para instalação !

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    Coordenador da Biblioteca Pública de Mariana, Sr. Alexandre Soares.

    João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    Localizada em um histórico casarão de mais de 200 anos na Rua Barão de Camargos, em frente ao Colégio Providência, a Biblioteca Municipal Benjamim Lemos guarda mais de 30 mil obras em seu acervo.
    No entanto, por trás das estantes repletas de conhecimento, a instituição enfrenta desafios estruturais, com baixo repasse de verbas.


    O acervo da biblioteca abrange uma variedade de tópicos e correntes de pensamento, incluindo livros raros, como “O Menino Poeta”, livro que sobreviveu a uma enchente em 1983, mas as condições do espaço comprometem a manutenção dessas obras.


    O coordenador Alexandre Soares ressalta a importância de manter a imparcialidade na seleção das obras, permitindo que os usuários escolham as leituras que consideram valiosas.

    Soares enfatiza que o edifício, que passou por sua última reforma em 1993, apresenta problemas sérios que afetam tanto a segurança dos funcionários quanto dos visitantes. A biblioteca enfrenta questões estruturais preocupantes, como rachaduras, infiltrações e portas sem maçanetas.


    “Temos infiltrações na estrutura elétrica, reparos com fita isolante e até maçanetas quebradas nos banheiros”, relata Soares. Ele destaca ainda que a dificuldade em obter verbas é um problema constante. Nos últimos quase 30 anos, a biblioteca raramente recebeu investimentos financeiros significativos. “Quando apresentamos propostas, enfrentamos resistência, inclusive por parte da população”, lamenta Soares.

    O bibliotecário explica que para a preservação das obras literárias é necessário um piso impermeável e de fácil limpeza. Porém, debaixo da biblioteca, o piso é considerado inadequado por conter quartzito, que retém umidade, prejudicando o cuidado com as obras e a presença de leitores no espaço.
    A acessibilidade é outra preocupação que a biblioteca enfrenta.

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    Em 2017, foram iniciados esforços para implementar medidas de acessibilidade, incluindo um projeto para um elevador e banheiros acessíveis.

    No entanto, a implementação não foi concluída, e questões legais foram levantadas por um ex-funcionário público, com deficiência visual. Essa ação judicial levou à promessa de melhorias, há equipamentos que foram comprados, mas estão parados porque a falta de recursos impediu que as medidas fossem totalmente implementadas.


    Alexandre Soares compartilhou seus planos para melhorar a situação da biblioteca. Um dos objetivos é obter financiamento por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ele detalha que uma reforma abrangente, nos moldes da realizada há 30 anos, custaria cerca de 1 milhão de reais, corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).


    Em meio a todos esses desafios, Alexandre Soares expressa um profundo desejo de revitalizar a Biblioteca Municipal Benjamim Lemos. Ele acredita que o investimento adequado pode transformar o espaço em um centro cultural vibrante, onde a população possa ter acesso a um acervo diversificado e às ferramentas necessárias para o enriquecimento intelectual.