Por Camila Souza
A festa de Sucot, conhecida também como Festa dos Tabernáculos ou Festa das Cabanas
é uma das mais importantes festividades judaicas, celebrada anualmente durante sete dias, com início no dia 15 de Tishrei, de acordo com o calendário bíblico, ocorrendo portanto, este ano, entre os dias 29 de setembro e 06 de outubro, e, que possui uma profunda conexão com a história e a espiritualidade judaica.
“O Senhor também disse a Moisés: “Dê as seguintes instruções ao povo de Israel. Comecem a celebrar a Festa das Cabanas no décimo quinto dia do sétimo mês. Essa festa em homenagem ao Senhor durará sete dias.” (Levítico 23:33-34).
A Festa dos Tabernáculos ou Festa das Cabanas é um momento de lembrarmos a peregrinação que durou 40 anos dos filhos de Israel pelo deserto, após sua libertação do Egito. Durante esse período, eles viveram em cabanas temporárias, chamadas de “sucot” ou “tabernáculos”.
Todos os anos, durante os sete dias da Festa, muitos judeus constroem e habitam em sucot, ( cabana) feitas com ramos, folhas ou outro material, como forma de recriar essa experiência e recordar a fragilidade da vida e a proteção divina durante sua jornada.
Outro ponto muito importante e central dessa festividade, é o que podemos encontrar no livro de João, em que podemos ler o seguinte: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14).
Em hebraico, temos a palavra “tabernaculou” entre nós. Ou seja, Deus habitou entre os homens através de Cristo. Para tal, temos outras referências bíblicas, como por exemplo, nos livros de Ezequiel 37 e Apocalipse 21, em que se enfatizam citações sobre Deus habitando entre os homens. Diante disso, é importante dizer que essa celebração é uma Festa comemorada no presente, mas, que se trata de um prelúdio para o futuro, para o que está por vir.
Além disso, temos uma menção na Bíblia em que mostra que Jesus também celebrou a Festa de Tabernáculos: em João 7, no último dia da Festa, é possível ver Ele manifestando sua messianidade, através das seguintes palavras: “No último, no grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba.” (João 7:37).
Sucot também conta com outros costumes importantes. Um deles é o uso das “Quatro Espécies” (arba’at HaMinim) – um conjunto de plantas simbólicas que são agitadas em direções específicas durante as orações. Esse conjunto inclui o Lulav, Etrog, Hadass e Aravá. Cada uma dessas espécies tem um significado espiritual e simboliza um tipo diferente de pessoa.
O Lulav (folhagem da palmeira) representa o erudito em Torá; Hadáss (a mirta), representa aquela pessoa que pratica muitas boas ações; o Etrog (o citro), aquele que, além de estudar a Torá, também pratica atos de bondade, ao passo que o Aravá (o salgueiro) representa quem não é um estudioso, nem tampouco um líder, alguém que não tem riqueza espiritual.
Enfim, a Festa de Sucot é um momento de alegria e união. As famílias se reúnem para compartilhar refeições festivas nas sucot, celebrarem e se conectarem com a história e espiritualidade. É uma época de gratidão a DEUS por tudo que se tem, lembrando a importância de ter fé e confiança na proteção divina e de desfrutar os momentos simples da vida.
