Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves
Na última quarta-feira, dia 1 de novembro de 2023, a Casa Setecentista recebeu um grupo de crianças de oito a nove anos da Escola Estadual Gomes Freire. Contando com um passeio pelo imóvel e explicações sobre seus objetos e sua estrutura, a visita busca retomar a educação patrimonial em Mariana.
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O arquiteto e atual chefe de escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Ademilton Marinho, enfatiza a importância desse momento, que tem sido o melhor do instituto. “Nos últimos anos, passamos por um período em que a cultura era muito mal disseminada. Então, é um motivo de emoção mesmo, ver o brilho nos olhos dessas crianças e o interesse delas pelo assunto”, diz.
De acordo com Marinho, “Mariana é um museu a céu aberto”, e a recepção das crianças significa trazer em palavras e conhecimento o que elas vivem diariamente. “Eles respiram essa cultura, mas até pela questão da idade, é muito importante passar essa informação para eles, a atuação do Iphan na cidade”, explica.
A atividade foi realizada com crianças levando em conta sua vontade de compartilhar o conhecimento. “Você tem certeza de que aquilo não vai parar ali. Elas vão chegar em casa hoje, vão dizer aos pais como foi a experiência aqui, e isso é extremamente gratificante para nós, que trabalhamos no escritório”, esclarece Marinho.
Sendo uma pessoa com deficiência, com perda auditiva bilateral moderada a severa, o arquiteto reforça o desafio de se colocar no lugar da criança: “Parece que não, mas a perda auditiva é uma coisa que afeta muito a comunicação, e nós queremos que elas guardem com carinho a experiência que tiveram aqui. Não só a experiência, eu quero me assegurar de que a satisfação delas também foi atingida”.
A partir de 2024, é esperado que algumas instituições marianenses passem a fornecer aulas de educação patrimonial em suas grades. Para Marinho, essa ação funcionaria como um trabalho quase paralelo: as crianças veriam a teoria da educação patrimonial na escola, um ambiente familiar, e poderiam ser expostas à prática na Casa Setecentista
O chefe de escritório acredita que trabalhando essas questões hoje, é possível ter uma garantia de um amanhã com crianças e adolescentes conscientizados sobre a atuação do Iphan dentro do Centro Histórico. “Nós vamos ter uma geração que já tem conscientização patrimonial, de cuidar da cidade, de preservar a nossa história.”
Ademilton Marinho ressalta que o Iphan, instalado na Casa Setecentista, está aberto a visitas de educação patrimonial para professores que desejem levar suas turmas.