Superlotação pode ser causa de quebra de ônibus do Tarifa Zero em Mariana

    Ônibus da Linha Policlínica x Cabanas quebrou próximo ao bairro Barro Preto. Segundo o Sr. Guilherme Schulz, especialista em mobilidade urbana da Transcotta, uns dos motivos pode ser excesso de peso no veículo, superlotação:“ Em Mariana, a gente acaba trocando alguns equipamentos, algumas peças na frequência maior devido a um desgaste maior que acontece em razão da própria topografia da cidade e do grande número de pessoas utilizam o transporte”, diz.

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    Por: Leandro Henrique dos Santos, João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    Na última terça-feira, 7 de novembro de 2023, um veículo da linha Policlínica x Cabanas, operada pela Transcotta, apresentou uma falha mecânica próximo ao ponto de ônibus do bairro Barro Preto, em Mariana. A empresa Transcotta está conduzindo uma análise técnica para determinar as causas do incidente.

    Segundo o especialista em mobilidade urbana da Transcotta, Guilherme Schulz, uma visão preliminar aponta para a possibilidade de excesso de peso no veículo, superlotação, ou a passagem por algum obstáculo na pista que levou à quebra de um pino na central do eixo, pois este não apresentou desgaste. De acordo com ele, toda a frota da Transcotta passa por uma manutenção rigorosa, e a empresa tem toda uma estrutura de manutenção preventiva e corretiva com toda uma equipe preparada para isso.

    A equipe de manutenção da Transcotta realiza verificações periódicas, seguindo os parâmetros estabelecidos pelo fabricante dos ônibus, com especial atenção devido às características operacionais singulares de Mariana.

    “Gostaria que o jornal O Espeto levasse a mensagem a população que é melhor esperar mais um pouco, evite situações de excesso de lotação, espere o próximo ônibus que muitas vezes vem vazio. O Programa Tarifa Zero é importante, são mais de 500 mil passageiros / usuários utilizando o transporte público, na área urbana e rural, renovamos a frota, mas infelizmente acontecem situações envolvendo excesso de peso, pela porta traseira, permanência no elevador na porta, temos que ter o apoio da população. Se o atendimento da demanda não está sendo suficiente a prefeitura analisa e toma medidas necessárias.” Disse Guilherme Schulz, especialista em mobilidade urbana da Transcotta.

    O Guarda Civil Municipal (GCM) Charles Borges de Melo explica que há todo um processo para que a falha nos ônibus chegue até a Transcotta. Após a informação inicial ser recebida, são coletadas mais informações, como a placa do ônibus, o número e o itinerário. A partir disso, é feito um levantamento do ocorrido.

    O GCM Charles Borges esclarece: “É feita uma perícia para identificar as causas. Se for acidente, tomamos providências, mas se for um caso de ônibus ruim, velho ou com falta de manutenção, seguimos o que é previsto no contrato estabelecido no processo licitatório”. O contrato estabelece previsões de horários de ônibus, suas linhas, formas de pagamento, etc.

    A questão do excesso de peso é mencionada como um desafio, já que usuários muitas vezes entram no ônibus mesmo quando está lotado. A linha Policlínica x Cabanas, por exemplo, tem o limite de 65 passageiros, sendo 41 sentados e 24 em pé. Porém, Guilherme Schulz afirma que, muitas vezes, o número de usuários presentes em uma rota pode ser muito maior que o máximo estabelecido devido ao comportamento dos  usuários.

    Um estudante de Passagem de Mariana que vai a Mariana todos os dias para a escola estadual Dom Silvério relatou que o ônibus do Tarifa Zero  já deixou de parar no ponto em frente ao Coreto por várias vezes devido estar cheio. Ele acabou pegando carona ou esperando o próximo ônibus e assim chegando atrasado na aula. “Ainda bem que explicando nossa dificuldade a direção da escola deixa a gente entrar.” Disse o estudante.

    Também estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) relatam problemas no horário de pico, de manhã cedo e final da tarde. Eles disseram ao repórter João Nicolau que tem atrasos devido a superlotação e atrasos com os ônibus do Tarifa Zero. “Na semana passada, por duas vezes, estávamos em trajeto quando o ônibus quebrou. Em uma delas, tivemos que descer e ir andando para o ICSA, na outra, esperamos muito tempo até o problema ser resolvido.”

    Um dos alunos enfatiza que sempre sente um certo atraso nos horários, mas que com os problemas recentes, a situação tem piorado.

    Temos que considerar ainda o caos do transporte público de Mariana, ruas congestionadas e o tradicional congestionamento na Ponte de Areia que trava todo centro.

    O aumento do número de ônibus é tratado como uma solução para a superlotação, mas a Transcotta enfatiza que essa definição, de acordo com o contrato, não é de responsabilidade da empresa de transporte, mas sim da Prefeitura, que analisa o planejamento de rotas e horários com a necessidade apresentada.

    A Transcotta também destaca que recentemente renovou parte de sua frota e planeja continuar o processo nos próximos meses, incluindo os ônibus que fazem atendimento aos distritos.