Batalha de rima reúne 22 MCs na Biblioteca Pública Municipal de Ouro Preto

    Participantes da Batalha da Pracinha enxergam no evento um refúgio e uma movimentação da cultura. Organizador da batalha há seis anos, Hiago Augusto conta que o movimento se iniciou na praça do campinho da Bauxita, hoje o grupo conseguiu apoio da Biblioteca Municipal e da prefeitura

    Para receber notícias do jornal O Espeto em seu Whatsapp clique aqui

    Por: Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves

              No último sábado, 25 de novembro de 2023, ocorreu a 101ª Batalha da Pracinha, na Biblioteca Pública Municipal de Ouro Preto. O evento, que contou com 22 MCs em sua edição mais recente, acontece a cada duas semanas, aos sábados, com o apoio da prefeitura e da Biblioteca Municipal.

              Há uma variedade de perfil entre os participantes, e cada um possui motivações diferentes para batalhar. Robson Aparecido Miranda, mais conhecido por seu nome artístico, PL Tralha, é natural de Itabirito, e participa da batalha de rima em Ouro Preto desde 2017.

    “A batalha de rima funciona como um duelo de argumentos, os dois MCs, além de entretenimento, estão trazendo seu conhecimento para o público”, explica.

              Robson participou do Duelo Estadual ainda esse ano, e se consagrou campeão representando a Região dos Inconfidentes.

    “Tem várias competições fixas, como a nacional, temos um sistema de votação dos jurados, votação da plateia… hoje, com 22 MCs, com certeza vai ser muito bom”, descreve.

              O prêmio que os participantes da Batalha da Pracinha almejam é a “Folhinha”. Erasmo Henrique Bauer, que utiliza o nome MC Bauer, ainda não conquistou uma, mas está confiante na busca.

    “A folhinha tem os nomes dos MCs, é o chaveamento. Por exemplo, começa com 16, aí vai para oito nomes, quatro, dois, até o nome do campeão. No final, a folhinha é o prêmio do vencedor”, informa.

    Bauer participa das batalhas há aproximadamente um ano, e começou como um refúgio para a depressão. “Eu estava com psicose confirmada pelo médico. Comecei a batalhar e gostei tanto que, hoje em dia, não levo na brincadeira, é um esporte, e curou a minha vida. Toda batalha que tenho a oportunidade, eu participo. Não importa se perder, porque o importante é participar e movimentar a cultura.”

    Organizador da batalha há seis anos, Hiago Augusto conta que o movimento se iniciou na praça do campinho da Bauxita. O grupo ficou ficou na pracinha durante aproximadamente quatro anos, até a pandemia. “A gente tentou voltar na pracinha, mas a galera não tava colando. Aí, a gente começou a ocupar a Praça Tiradentes na época das luzes de Natal, a gente aproveitou esse embalo”, conta.

    Após isso, o grupo conseguiu apoio da biblioteca e da prefeitura. “Ficamos praticamente seis anos fazendo só por nossa conta, sem apoio. Em janeiro, a gente vai fazer sete anos, e a gente começou a ocupar aqui em junho. A gente tava na número 90, por aí. A gente já fez umas 10 edições aqui”, relembra.

    Aqueles que quiserem participar da competição podem fazer as inscrições através de uma lista pela internet. Atualmente, as batalhas estão acontecendo na Rua Xavier da Veiga, n° 309, em Ouro Preto.