Por: Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves
Moradores do bairro Rosário enfrentam escassez de água que persiste por longos períodos, trazendo dificuldades para o dia a dia das famílias. Segundo os moradores, o problema é recorrente e impossibilita a realização de tarefas básicas como banho, lavar louça e cozinhar.
A presidente da Associação de Moradores do bairro e moradora da rua Cajazeira, Sr.ᵃ Kátia Quirino, relata que apesar de sua rua ter sido abastecida recentemente, a situação é insustentável: “Na minha rua caiu, mas as ruas Gameleira, Pau Brasil e Travessa Pinho continuam sem”. Ela ainda reclama da recorrência dos problemas com o abastecimento. “Não é de vez em quando, é sempre. Nós moradores não suportamos essa situação”, declara.
Para receber notícias no seu WhatsApp clique aqui
E para receber notícias da nossa página no Facebook
Se inscreva no nosso canal do you tube para receber nossas reportagens, clique aqui
A Sr.ᵃ Cíntia Oliveira, moradora da rua Alecrim, reforça a gravidade da situação: “A água é raridade em nossa rua, independentemente do tempo de estiagem ou não. Geralmente temos água uma vez no mês. Enquanto as ruas paralelas à nossa têm água em abundância. Essa situação é recorrente há muito tempo, independente de gestão pública”.
Os moradores relatam problemas diários decorrentes da falta d’água, desde a impossibilidade de realizar tarefas básicas como lavar louças até a necessidade de buscar água em outras localidades. “Os problemas são constantes, somos cinco pessoas em casa e tem dias que não temos água nem para o próprio consumo”, revela Cíntia.
Outra moradora do bairro, Ludmila Gomes, relata que passou o mês de dezembro inteiro sem água, somente com abastecimento de caminhão-pipa. “Chorei de desespero várias vezes por chegar em casa e não ter nada de água. Na semana do natal, tivemos que comprar almoço todos os dias, porque não tinha água pra fazer comida. As roupas sujas transbordaram no cesto, o banheiro parecia banheiro público em época de festa”, lamenta.
Ludmila conta, ainda, que para não ficar sem banho, recorreu ao seu irmão, morador do bairro Barro Preto, e revela que esse problema tem sido frequente desde 2020. “Ao menos uma vez por mês, cortam nossa água sem explicação nenhuma.” A jovem já pediu socorro a vereadores e à prefeitura, porém, o máximo que conseguiu foi uma maior divulgação do problema, não uma solução.
Por conta da situação, os habitantes do bairro são obrigados a recorrer a medidas improvisadas, como buscar água em uma nascente, localizada ao final da rua Pinho. Kátia Quirino conta: “É difícil tirar uma foto de pia com louça sem lavar, os moradores levam para lavar em uma mina (nascente) que tem aqui no bairro”.
A alternativa de Ludmila é cobrar as autoridades através do instagram. Houve também a tentativa de reunir a rua onde a jovem mora através de um grupo de WhatsApp, para que todos se informassem e se unissem. Atualmente, o grupo se mantém apenas como informativo. Ludmila desabafa: “Saneamento básico está na constituição, é direito de todo cidadão. Cadê a justiça nessa cidade? O silêncio das autoridades é ensurdecedor”.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) esclarece as questões relacionadas à persistente escassez de água no bairro Rosário. A autarquia informa que o bairro está sendo abastecido normalmente, mas que algumas ruas enfrentam dificuldades devido à redução na captação do Gogô, especialmente nas áreas mais elevadas. Nessas situações, é adotado o abastecimento suplementar por meio de caminhões-pipa.
Visando uma solução a longo prazo, o SAAE anunciou medidas em execução para melhorar o abastecimento no bairro Rosário. A construção de uma adutora está em andamento, visando transportar água do poço artesiano do Gogô até a caixa de 1 milhão de litros no Rosário. Além de outra rede no Cabanas, uma rede com captação na Cachoeira da Bombaça, podendo indiretamente contribuir para o fornecimento de água no Rosário.
A expectativa é de que, com a chegada das chuvas, a captação de água seja otimizada, contribuindo para uma melhoria significativa no abastecimento de toda a região. Para amenizar a situação, o SAAE orienta os moradores a solicitar o abastecimento suplementar por meio de caminhões pipa através dos números 3557-9300 ou 115 sempre que houver falta de água em suas residências.