Janeiro Branco : O Secretário de Saúde Dr. Leandro Ferreira esclarece que falar do tema é necessário não somente durante a campanha, mas ao longo de todo o ano.
Texto por Beatriz Granha
Fotos por João B. N. Gonçalves
Na cidade de Mariana, ao longo do mês, estão sendo realizadas ações para a promoção do diálogo e reflexões sobre saúde mental e emocional, visando também combater o preconceito e a estigmatização do adoecimento mental.
De acordo com Dr. Leandro Ferreira, a Secretária de Saúde está promovendo ações de caráter informativo não somente nas Unidades de Saúde, mas também em espaços públicos, com o objetivo de atingir o maior número de pessoas possível.
“Nas unidades de saúde mental, além da discussão diária que já existe, foi realizada uma roda de conversa no último dia 15, que contou com profissionais da área, usuários, familiares, autoridades políticas, além de um mediador convidado para conduzir as conversas. Foi ressaltada a necessidade do autocuidado: estar bem para que também seja possível ajudar quem não está bem”.
O Secretário de Saúde explica que a conscientização promove empatia, compreensão e combate ao preconceito, que muitas vezes prejudica a busca por tratamento. “Como poder público devemos buscar sempre a melhoria dos equipamentos e serviços que oferecemos aos usuários porque esses locais também devem acolher e cuidar dos cidadãos. Assim como a melhoria nos ambientes de trabalho, estudo e sociais: para que todos sejam espaços de promoção de saúde”, esclarece Leandro.
Jesse Catta Pretta, psicólogo e coordenador de Saúde Mental da Prefeitura de Mariana explica que a saúde mental perpassa diversos âmbitos da vida do cidadão,, começando pela garantia de direitos básicos como alimentação, lazer, moradia e ambiente social adequado:
“Uma população vulnerável, muitas vezes é atravessada por uma série de violações de direitos. Garantir tais direitos é um pilar para que as ações propostas sejam, de fato, efetivas. Dentre elas: promover o acesso aos serviços de saúde mental e garantir que esses serviços estejam devidamente equipados para que os profissionais consigam dar o cuidado aos pacientes; promover campanhas educacionais, incluindo a lógica de redução de danos para os pacientes usuários de álcool e drogas; desmistificar o estigma relacionado aos usuários, estabelecer redes de apoio com a família e a comunidade; reduzir o isolamento social; tratar usuários de forma precoce, prevenindo agravamento de sintomas e capacitar; investir nos profissionais de saúde e incentivar programas sociais.” Disse.
Ainda de acordo com Jesse Catta Pretta, campanhas pontuais como o Janeiro Branco são importantes, porém o cuidado com a saúde física e mental é algo que deve acontecer todo o tempo: “Hoje, além das unidades de saúde mental, esse suporte é oferecido em outros pontos da rede de serviços de saúde do município, seja de forma preventiva ou curativa, através de atendimentos individuais e em grupo, atividades terapêuticas e recreativas, práticas integrativas de saúde (PICS), como acupuntura, equoterapia, auriculoterapia.”
O coordenador esclarece que tais cuidados devem ir além das unidades de saúde, atingindo a promoção da saúde como um todo, amparando-se no tripé biopsicossocial, que em resumo, trata-se da garantia de direitos básicos a todos os cidadãos.
Cuidar da saúde de forma ampla e contínua deve ser prioridade, não somente prevenindo doenças, mas garantindo uma existência digna e o bem-estar da população.
Entenda : O que janeiro branco ?
Janeiro Branco é uma campanha nacional de conscientização em relação aos cuidados com a saúde mental e emocional. De acordo com o Ministério da Previdência Social, o objetivo da campanha é “alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico”.
No mês de Janeiro, o Ministério da Saúde coordena e promove ações em escala nacional voltadas à saúde mental, como a Política Nacional de Saúde Mental, que conta com estratégias adotadas para oferecer assistência às pessoas com necessidades de cuidado em saúde mental, o que inclui as unidades básicas de saúde (UBS), as unidades de pronto atendimento (UPA), os centros de apoio psicossociais (CAPS), entre outros.
De acordo com a cartilha desenvolvida pelo Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), vinculado a Universidade Federal Rio Grande do Norte e à Rede Hospitalar Ebserh (Huol UFRN/Ebserh), saúde mental diz respeito a muito mais que a ausência de doenças e transtornos mentais. Logo, a promoção de saúde mental engloba criar espaço para falar de emoções e sentimentos, avaliar propósitos de vida e conseguir equilibrar os diversos aspectos da vida: trabalho, espiritualidade, lazer, família, relacionamentos , contribuição social, entre outros.
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