Representantes de Conselheiro Lafaiete, Itabirito, Mariana e Ouro Branco estiveram presentes. Um dos assuntos foi a parceirização, como uma forma de facilitar a aquisição de certos serviços e produtos por parte dos abrigos.
Por: Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves
Na última quarta-feira, 6 de março de 2024, ocorreu no auditório da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) o Primeiro Simpósio Intermunicipal sobre Acolhimento Institucional de Crianças e Adolescentes.
Além de profissionais da área, o evento reuniu representantes de Conselheiro Lafaiete, Itabirito, Mariana e Ouro Branco.
O encontro buscou promover um debate sobre as novas modalidades de acolhimento institucional. O tema principal das discussões foi o bem-estar das crianças e dos adolescentes, e como seria possível melhorar as políticas que os envolvem.
O prefeito de Ouro Preto, Sr. Ângelo Oswaldo, destaca a necessidade de se construir redes no campo do desenvolvimento social. “Quanto mais entidades, pessoas, programas, campanhas, movimentos, houver nesse espaço, mais nós vamos crescer. Temos essa experiência positiva no nosso município, e sei que cada um traz da sua cidade um contributo marcante para a nossa troca de experiências”, afirma.
Para o prefeito Ângelo Oswaldo, em um momento em que muitas pessoas enfatizam o desenvolvimento econômico, é preciso notar que a população está cada vez mais atingida pelas construções sociais. “Nós temos um dever muito grande de investir em políticas sociais consistentes, para que o impacto econômico seja traduzido em benefícios para todos”, ressalta.
O secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania de Ouro Preto, Sr. Edvaldo Rocha, conta que sua secretaria e os abrigos institucionais para jovens de Ouro Preto estão trabalhando em uma via de mão dupla. “Eles nos apresentam suas dificuldades, e também possíveis saídas. Hoje, estamos vivendo um momento de muito diálogo”, diz.
O secretário destaca que toda a demanda apresentada pelos abrigos ao longo dos anos levou sua secretaria a optar pela parceirização. “Ela não será a solução final, não se pensa nisso. Mas é um braço enorme para aliviar as questões pendentes. Por outro lado, ela tem que ser entendida melhor”, adverte.
A parceirização seria um jeito de facilitar a aquisição de certos serviços e produtos por parte dos abrigos. Os processos burocráticos não costumam ser concluídos rapidamente, o que atrasa as demandas, mas parceirizar simplificaria o trajeto para muitas coisas, desde um desejo da criança de passear em um parque, até um produto para contenção de piolhos que ela possa precisar.
A coordenadora da Associação Casa Lar de Itabirito, especificamente da Unidade de Acolhimento Institucional Casa das Crianças, Aureliane Fonseca, fala sobre as parcerias feitas com a prefeitura: “Ela entrou como parceira em 2005, e hoje, todo o funcionamento e a manutenção do acolhimento institucional é custeado através da parceria do tempo de fomento”, conta.
O psicólogo da Unidade de Acolhimento Estrela Dalva, Marcos Leite, adverte quanto aos cuidados com os jovens acolhidos. “As crianças podem nos ver como figuras maternas e paternas. Como conduzir isso de maneira que elas entendam que ali é um lugar temporário? Em Ouro Branco, temos essa preocupação, e não é algo mirabolante, é um movimento para evitar danos à vida dessas pessoas”, afirma.
A assistente social da Prefeitura de Mariana, Renata Magalhães, relembra que a primeira unidade de acolhimento do município foi criada em 2003, com o nome de Casa de Passagem. “Alguns dilemas daquela época persistem, e uma das dificuldades que temos é romper com esse nome. Caracterizar como lugar transitório rotula cada vez mais as crianças e os adolescentes acolhidos”, lamenta.
A coordenadora de um dos abrigos institucionais de Ouro Preto, Sheila Reis, expõe seu ponto de vista: “Estou a favor da parceirização justamente por eu ser cargo comissionado. Eu posso não estar aqui amanhã, mas os jovens podem estar aqui até virarem adultos. Não trabalho para mim, mas para as crianças e os adolescentes que estou assistindo. Posso perder meu emprego a qualquer momento, mas um projeto bem estruturado ficará marcado na vida deles para sempre”, declara.
Para receber notícias do jornal O Espeto envie mensagem para 31 9-8844-8976, se quiser participar de nosso grupos de notícias via whatsapp clique aqui