O dicionário trará termos que não são comuns para a população e que trazem dúvidas até para a comunidade LGBTQIAPN+, como “identidade de gênero”, “orientação sexual”, “cisgênero”. Segundo a organizadora do dicionário de verbetes e pesquisadora da Escola de Saúde Pública de BH, Srª. Maria Nogueira, o principal objetivo do projeto é esclarecer esses termos e ajudar a quebrar barreiras relacionadas ao preconceito. O projeto do Dicionário, junto à biografia e ao documentário sobre mulheres trans, compõem o terceiro número da série “Sempre Vivas”, publicada pela Fundação João Pinheiro.
Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Na última sexta-feira, 12 de abril de 2024, ocorreu no Centro de Referência e Acolhimento (CRA) LGBT+ de Ouro Preto, a roda de conversa “LGBT de A à Z”, que discutiu a criação de um dicionário com termos comuns da comunidade. O projeto, realizado pela Escola de Saúde Pública de Belo Horizonte e pela Fundação João Pinheiro, deve ser lançado em setembro, junto a um documentário no ambulatório trans de BH e uma coletânea biográfica de 12 mulheres trans.
O dicionário trará termos que não são comuns para a população e que trazem dúvidas até para a comunidade LGBTQIAPN+, como “identidade de gênero”, “orientação sexual”, “cisgênero”.
Segundo a organizadora do dicionário de verbetes e pesquisadora da Escola de Saúde Pública de BH, Srª. Maria Nogueira, o principal objetivo do projeto é esclarecer esses termos e ajudar a quebrar barreiras relacionadas ao preconceito.
Veja abaixo, de maneira resumida, o significado de alguns termos que estarão no dicionário:
● Identidade de gênero: gênero com o qual a pessoa se identifica, que pode ou não corresponder ao sexo a ela atribuído no nascimento;
● Orientação sexual: representa o tipo de atração sexual e/ou emocional que uma pessoa sente por outra, se é de outro gênero ou do mesmo;
● Cisgênero: pessoa cuja identidade de gênero é a que condiz com o sexo biológico, de nascimento;
● Pessoa não-binária: quem não acredita que feminino e masculino sejam as únicas opções, nem que seja necessário se encaixar nelas;
● Redesignação sexual: conjunto de processos cirúrgicos utilizados para que pessoas trans e travestis possam adquirir características estéticas associadas ao gênero com que se identificam.
Maria Nogueira explica que além de esclarecer esses termos, o dicionário deve apresentar curiosidades, além de dicas para os adolescentes e jovens sobre filmes, reportagens e livros relacionados ao tema, para combater o preconceito. “Isso é ajudar a quebrar essas barreiras da invisibilidade e do preconceito, que, muitas vezes, estão ligadas à falta de informação. A ideia desse dicionário é romper os nossos preconceitos em relação às questões de gênero”, declara.
A coordenadora do CRA LGBT+, a Srtª. Ashley Ribeiro, foi uma das mulheres trans biografadas e fala sobre a importância do dicionário para a população LGBTQIAPN+. “Ajuda a facilitar a vida das pessoas. Por exemplo, se você é uma médica, tem acesso a esse dicionário e sabe que atenderá alguém da população LGBT. Se apropriar desses termos faz com que você não cometa uma violência, você tem a possibilidade de antever aquilo. Então, trazer uma informação e se apropriar disso é uma coisa muito necessária para todos”, afirma.
Ashley também comenta a importância deste dicionário estar sempre em atualização contínua: “Creio que o projeto tem que sempre estar se atualizando. Os termos mudam, aparecem termos novos, geralmente é preciso acrescentar alguma coisa. Só consigo ver como algo que terá continuidade. Acho que é algo que foi desenvolvido de forma muito legal, e para a comunidade LGBT tem um ganho muito grande”.
Após o lançamento, o dicionário será entregue em escolas públicas e privadas, universidades e também estará disponível online. O projeto, junto à biografia e ao documentário sobre mulheres trans, compõem o terceiro número da série “Sempre Vivas”, publicada pela Fundação João Pinheiro.
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