Novo Plano Habitacional para Mariana está em estudo afirma Erenildo da Associação Nossa Casa

    Após ver  o seria o maior plano habitacional de Mariana  se transformar em a maior mentira de Mariana, a Associação Nossa Casa se organizou e agora depois de quatro anos conseguiu criar um grupo de trabalho com a Prefeitura de Mariana para desenvolvimento de um Plano Habitacional.

    Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

              Em parceria com a Prefeitura de Mariana, a Associação Nossa Casa anunciou, no  mês de abril de 2024, a criação de um grupo de trabalho para a elaboração de um plano habitacional para Mariana. A proposta surge em meio a um contexto em que os moradores precisam pagar aluguéis com preços altos e com ocupações irregulares que não param de crescer no entorno do município.

              O novo plano habitacional consiste na criação de um grupo de trabalho que visa, em uma série de reuniões, debater junto ao Poder Público problema da falta de moradia. A proposta é implantar um projeto de longo prazo que inclua a vinda do programa “Minha Casa, Minha Vida” para Mariana e a criação de casas populares com recursos próprios do município.

              O presidente da Associação Nossa Casa, Sr. Erenildo Euzébio, destaca a importância dessa iniciativa: “Essa é uma reivindicação antiga nossa. A gente sentia falta de uma coordenação pública entre a sociedade civil organizada, os movimentos sociais que têm interesse nessa área de habitação e o poder público. Hoje, a habitação é uma área ligada à engenharia, à arquitetura, mas também, às áreas sociais da prefeitura “.

              Sr. Erenildo Euzébio ressalta que para o Plano Habitacional ter sucesso e efeito prático na vida das pessoas, ele precisa ser permanente.  “Para a gente acabar com o déficit habitacional de Mariana, a gente precisa de um plano habitacional constante, que entregue 200 moradias num ano, 300 no outro, 500 (…) para assim, a gente ir construindo ao longo do tempo uma realidade melhor. Habitação não é feita com palavras, é feita com dinheiro e recursos humanos”, declara.

              Segundo o presidente da Associação Nossa Casa, o objetivo do grupo de trabalho é definir um caminho claro, com um cronograma estabelecido, para enfrentar o déficit habitacional em Mariana. “Primeiro, precisamos organizar, dizer o que vamos fazer. Quantas casas vamos produzir esse ano? O Minha Casa Minha Vida vem para Mariana? E ano que vem, serão quantas? E daqui a 10, 15, 20 anos? Temos que criar uma mentalidade e um cronograma em comum para seguirmos”.

              A iniciativa surge mais de quatro anos depois do lançamento de um primeiro plano habitacional. Apresentado em novembro de 2019, o Programa Habitacional de Interesse Social do Município de Mariana, criado pela Lei Municipal 191/2019, prometeu 1,6 mil casas populares, mas o projeto não saiu do papel. A expectativa inicial era que as moradias fossem entregues no final de 2020, o que não aconteceu e o local transformou-se numa erosão gigante que ameaça o córrego do São Cristovão, carreando areia, elevando o nível do córrego e aumentando as chances de enchente, causando assim mais temos na população, o que foi dito na última reunião com moradores deste bairro e a prefeitura no mês de abril de 2024.

    Com a promessa de ser o maior loteamento popular da história do município, o programa de habitação anunciada pelo ex-prefeito Duarte Junior gerou grandes expectativas, principalmente para aqueles que fizeram inscrição para ganhar as casas. Cada imóvel teria cerca de 64 metros quadrados, com três quartos, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e espaço para garagem. O espaço onde seria o loteamento está localizado Rodovia Mariana-Samarco.

              O morador de Mariana, Carlos Eduardo, 22 anos, realizou o cadastro para receber uma moradia popular a época. Ele conta que a promessa de um loteamento popular lhe trouxe esperança: “As expectativas eram altíssimas, porque era um plano da prefeitura que ia ajudar as pessoas que não têm casa própria, e eu queria muito isso na época. Tinha um sonho de morar sozinho. E esse plano habitacional seria de grande ajuda para que eu realizasse esse sonho”, relata o jovem.

    Além de nenhuma casa ter sido entregue, a área do novo loteamento tem causado problemas para os bairros próximos. Em reunião realizada com o prefeito Celso Cota, o secretariado e os vereadores, os moradores do bairro São Cristóvão relataram que os materiais que descem do terreno causam o assoreamento da nascente à esquerda da rodovia e do Córrego do Canela.

              O prefeito Celso Cota informou que o loteamento recebeu um investimento milionário, mas sem retorno à população. “Investiram mais de  R$ 10 milhões e deixaram o terreno pior que foi encontrado, causando essa erosão. Vamos ter que fazer um investimento pesado, vamos ter que conter essa erosão”, afirmou o prefeito durante a reunião com a comunidade.

    Nota da Redação: Agora a associação Nossa Casa forma uma importante ponte com a Prefeitura de Mariana, quando a sociedade se organiza e participa, e  encontra uma gestão inteligente o suficiente para fazer uma união, a esperança de um futuro melhor é acesa. Parabéns ao Sr. Erenildo e a todos da associação por continuar cobrando por quatro anos alternativas para novos bairros, novo plano habitacional.

    Vídeo: Reunião dos moradores da Bairro São Cristóvão apresentam a real situação do loteamento popular anunciado no Governo de Duarte Junior e o problema ambiental que está causando.

    Para receber notícias no seu WhatsApp clique aqui
    E para receber notícias da nossa página no Facebook
    Se inscreva no nosso canal do you tube para receber nossas reportagens, clique aqui