Festa do Vinho de Catas Altas reúne música, gastronomia e tradição

    Veja vídeo reportagem :

    A festa do Vinho atraiu grande público.

    Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    Aconteceu no último final de semana, de 17 a 19 de maio de 2024, a 23ª edição da Festa do Vinho de Catas Altas. A festividade reuniu mais de 40 expositores, incluindo 20 produtores do tradicional vinho de jabuticaba do município.

              Além das degustações do vinho de jabuticaba, a 23ª Festa do Vinho ofereceu uma série de atividades, como os shows dos cantores Nando Reis, Paulo Ricardo e do grupo Tindolalá.

    Segundo a secretária de Cultura e Turismo de Catas Altas, Srt.ᵃ Aline Duarte, a festa traz um grande retorno turístico e financeiro para a cidade: foi investido R$ 1 milhão, com retorno esperado de R$ 3 milhões.

    A secretária Aline destaca a importância cultural da Festa do Vinho para Catas Altas: “Do ponto de vista turístico e do nosso patrimônio cultural, (a celebração) é muito importante para a cidade. Não só para atrair turistas e encher a cidade, e não só a cidade, porque pensamos muito no movimento regional. Mas ele é também considerado patrimônio imaterial da cidade de Catas Altas”, declara Aline.

    Tradicionalmente, a Festa do Vinho traz produtores familiares de vinhos, como o Sr. Rogério Alves, que diz ser um orgulho manter o legado da sua família. “Participo da festa desde 2002, e pretendo continuar participando. Me sinto orgulhoso, porque a produção de vinho em Catas Altas é uma tradição de família. Estou dando sequência aos meus pais, que fabricavam. Eles pararam e eu continuei a produção”, relata.

    A Sr.ª Maria Arcanjo é filha da Dona Neli de Souza, a produtora de vinho mais antiga de Catas Altas. Ela conta um pouco da relação da sua família com a vinicultura: “Minha mãe começou a produzir vinho aos sete anos, o vinho de uva. Depois de 40 anos, começou a cultivar o vinho de jabuticaba. E eu faço junto da minha mãe desde criança”.

    História da Festa do Vinho

    A Festa do Vinho foi realizada pela primeira vez em 2001, quando os agricultores familiares do município se juntaram na Associação dos Produtores de Vinho, Agricultores Familiares e Outros Produtos Artesanais de Catas Altas (Aprovart) para enaltecer a produção do vinho de jabuticaba, e para homenagear uma tradição que vem passando de geração em geração.

    Porém, a história de Catas Altas e a produção de vinho é muito mais antiga.

    O historiador Eder Ayres afirma que a tradição remonta o século XIX, quando em 1868, o Monsenhor Manuel Mendes Pereira de Vasconcelos, novo vigário da região, ao se deparar com uma comunidade abandonada após o esgotamento das minas de ouro, ensinou ao povo que vivia na região o passo a passo para a produção do vinho.

    O historiador diz que o Monsenhor Manuel Mendes pode ser considerado um verdadeiro salvador para Catas Altas. “Ele dizia que não poderia ficar à frente do altar, pregando e salvando almas. E o corpo? Ele realmente trabalhou. Eu falo que o Monsenhor Mendes foi o salvador de Catas Altas”, conta.

    Ao passar os saberes da produção de vinho para a população, o objetivo do vigário era de que, além de ser uma forma de sustento, essa produção ajudaria a desenvolver a vida em comunidade em Catas Altas. Ele ensinou conceitos relacionados à plantação, a épocas de podas e colheitas, além do período de fermentação e armazenamento adequado para a produção de um bom vinho.

    Quando a produção do vinho a partir da uva já estava consolidada em Catas Altas, ainda no século XIX, veio a fabricação do vinho de jabuticaba, a primeira referência do tipo no Brasil. Eder Ayres explica que a tradição do vinho de jabuticaba foi resgatada pelo produtor Anastácio de Souza, em 1949. Desde então, a presença da fruta nos quintais do município permite a fabricação da bebida, gerando uma tradição passada de geração em geração até chegar à anual Festa do Vinho.

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