Os seus amores

    Por: William Santos

    Ele tinha três gatos e morava em uma comunidade de Ouro Preto. Mantinha uma crença constante de que o romance era possível, mesmo que, segundo ele, viver o amor fosse uma aventura considerada louca que não deveria ser encarada de forma negativa na sociedade contemporânea, onde é comum rotular as pessoas como emotivas.
    Esse homem se interessava por várias mulheres, mas uma delas se destacava, evocando as palavras de Machado de Assis em Dom Casmurro ao descrever Capitu, com seus ‘olhos de cigana oblíqua e dissimulada’. Ela parecia perfeita para ele, pois tinha um talento natural para autenticidade. Demonstrava habilidade e dedicação em sua profissão, sendo, na sua opinião, a melhor em tudo que se propunha a fazer. Ela andava pelas ruas distraída; isso conferia um charme especial à mulher que vivia sozinha em sua casa e gostava de animais e atividades físicas, como andar de bicicleta.
    Ele também demonstrou interesse por uma menina que amava pagode. Ela era totalmente gente boa, com um gosto musical peculiar: gostava apenas de pagode e vivia curtindo um som aleatório. Também se dedicava muito ao trabalho. No amor, o importante era assumir os sentimentos, como em um show do Sorriso Maroto ou do Menos é Mais. Ela parecia empreendedora, embora não compreendesse muito bem suas ideias, pois só lembrava das cenas deles se beijando.
    Enquanto caminhava pelas ruas de Ouro Preto, encontrou uma artista excepcional, capaz de desenhar com o coração: prédios, pessoas e casas. Essa arte representava uma mulher de bom coração, sempre em busca de melhorias em sua vida. Ele se apaixonou pela maneira como ela expressava suas ideias e se dedicava às artes, admirando aquele olhar inocente e a busca por aprimoramento.
    Ele acreditava que a mulher com quem tivesse uma conexão verdadeira seria algo muito fantástico, mas a pessoa estava realmente comprometida, encontrando-se presa naquele relacionamento que nunca deixaria de ser tóxico. Pois o amor é algo muito louco e inesperado. Então, a melhor opção é respeitar o relacionamento deles e ficar de fora disso.
    Estava observando a história desse rapaz e comecei a questionar: “Ele sabe o que é amor?” Tem amor próprio? E comentei com a vó Rita. Com suas palavras sábias, a avó Rita direcionou para mim a seguinte mensagem: “Enquanto o amor bater na sua porta, a pessoa certa demonstrará com sorriso e nunca desistirá de você.” De acordo com a mesma: “Infelizmente, não conheci o amor e nem consegui a oportunidade de viver essa loucura desse moço. Casei com um homem que nem amava e esperava que tudo fosse ser diferente, mas não foi.”
    Hoje vivo a solitude, também aprendi sozinho as coisas que deveriam ser separadas. Nada era tão importante que poderia tirar minha paz. Eu escolhi o amor próprio, relatou Vó Rita.
    Então comecei a analisar que aquele rapaz estava permitindo-se viver as sensações humanas mais intensas e, às vezes, nada poderia impedi-lo de se entregar às suas paixões e descobrir o amor no momento certo. Às vezes, o amor está na Praça Tiradentes, sentado e observando a movimentação. Então, o óbvio estava escrito na minha cara: eu também deveria aprender com a avó Rita as lições do amor e cuidar da minha vida.

    William Santos

    Texto por William Santos, jornalista e assessor de imprensa. Entre em contato para trabalhos jornalísticos, edição, captura de vídeo e fotografia através do e-mail jornalistawilliamsantos@gmail.com. Para WhatsApp, utilize o número (31) 99374-9567. Aproveite para conhecer meu Instagram: @wswillsantos.

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