Uso de drogas por população em situação de rua gera debate na Câmara de Ouro Preto

    Tema recebeu atenção após turista ser agredida por usuária de crack

    Por: Hynara Versiani

    Durante a 37ª reunião ordinária da Câmara de Ouro Preto, realizada na última terça-feira, 18 de junho de 2024, foi discutido o problema da população em situação de rua e o uso de drogas na cidade. Vários vereadores apresentaram perspectivas sobre a questão e defenderam medidas para auxiliar os dependentes químicos, garantindo a segurança da população.

    O debate foi motivado pela agressão de uma turista por uma mulher em situação de rua na Praça Tiradentes. De acordo com o vereador Júlio Gori, um vídeo da agressão viralizou nas redes sociais, fazendo com que os vereadores se mobilizassem para cobrar providências das autoridades.

    Júlio Gori defende a internação compulsória da mulher que agrediu a turista: “É um caso de saúde pública e de segurança também. Precisamos que a Casa Legislativa se posicione e dê apoio ao secretário para que o prefeito faça isso, não só com ela, pois tem muita gente em Ouro Preto que precisa de ajuda.” O vereador também comenta que Ouro Preto está recebendo dependentes químicos de outras cidades, e essas pessoas estão morando nas ruas.

    O vereador Luiz Gonzaga critica a postura da Prefeitura sobre a população em situação de rua, afirmando que o problema vem se agravando há anos. “Sabemos que é uma doença. Fiquei abismado quando um dos colegas ligou para a Ação Social, e disseram que isso não é problema deles. É sim! É um problema de ação social e de saúde. Não vamos fugir das nossas responsabilidades”, pede.

    Luiz apoia a criação de um local adequado para acolher e tratar os dependentes químicos, ressaltando que a responsabilidade por essa ação é do poder público municipal. “Vão deixar para resolver só depois que começar a acontecer esse tipo de coisa? Temos que assumir nossas responsabilidades, e os secretários devem assumir as deles.”

    O vereador Alex Brito cobra que a Prefeitura solucione o problema. Para ele, a situação se tornou insustentável: “Isso que está acontecendo em Ouro Preto são favas contadas. A cidade está tomada pelo crack, todos conseguem ver”. Alex destaca também que o tema deveria ter sido abordado antes. “Hoje, ocorreu um caso que nos despertou, pois foi com um turista. Quando acontece com alguém de fora, vira essa loucura, mas isso vem acontecendo há muito tempo”, lamenta.

    O vereador Kuruzu aponta a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III) em Ouro Preto como solução de longo prazo para a questão: “Volto a falar da importância da implantação do CAPS III, aquele no qual a pessoa fica internada. As casas de recuperação pouco resolvem, para falar a verdade”.

    Kuruzu explica que o CAPS III oferece um tratamento mais intensivo e com maior tempo de internação aos dependentes químicos, o que aumenta as chances de sucesso na recuperação. “Muitas vezes, achamos que a pessoa vai ao CAPS, fica o dia inteiro, vai para sua casa e volta a usar a droga. Mas no tempo que ficou lá, ela participou da Política de Redução de Danos, com acompanhamento psicológico e psiquiátrico”, conta.

    O vereador revela que o CAPS III é a saída que a ciência aponta como mais efetiva. “Podemos procurar o secretário de Saúde também, pois isso é um problema de saúde pública, para termos aqui o nosso CAPS III. Já somos bem atendidos em relação ao CAPS, mas precisamos ter o CAPS III especificamente”, demanda.

    Para receber notícias no seu WhatsApp clique aqui
    E para receber notícias da nossa página no Facebook
    Se inscreva no nosso canal do you tube para receber nossas reportagens, clique aqui

    SAL : Serviço de atendimento ao leitor – para enviar mensagem, informar erro, elogiar, solicitar cobertura jornalística ou indicar pauta, entre em contato com o Serviço de atendimento ao leitor, via whatsapp, clique aqui