Segundo o Corpo de Bombeiros, apenas três hidrantes estão operantes em
Mariana. Em Ouro Preto, cinco têm vazão satisfatória, Itabirito ainda não possui
um diagnóstico realizado pelo Corpo de Bombeiros sobre as condições dos hidrantes
Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
Relatório enviado pelo 1º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militares ao Jornal O Espeto aponta que Mariana e Ouro Preto não possuem hidrantes suficientes para garantir a segurança das áreas públicas. Segundo o levantamento, as cidades históricas apresentam poucos equipamentos públicos de segurança, sendo que a maioria está inoperante.
Conforme o relatório, Mariana tem somente três hidrantes públicos funcionais, de um total de oito existentes no município. Os cinco hidrantes inoperantes apresentam tanto vazão quanto pressão insatisfatórias, sendo que três deles não tinham água no momento da vistoria, realizada em maio.
O Corpo de Bombeiros solicitou que o Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) que avaliasse a situação dos hidrantes localizados na Rodoviária, no São Pedro e na Igreja da Arquiconfraria, que não tinham água durante a vistoria. O Jornal O Espeto solicitou um parecer do Sistema Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), de Mariana. Não houve retorno até o momento desta publicação.
Em Mariana, a maioria dos hidrantes está localizada no Centro Histórico, nas proximidades da Praça Minas Gerais — exceto os equipamentos do Terminal Rodoviário e da Igreja de São Pedro. A exceção do hidrante localizado em frente à Câmara Municipal, os demais não têm boa sinalização.
Outro problema encontrado em Mariana é a existência de um hidrante subterrâneo operante próximo à Câmara Municipal. A Instrução Técnica n.º 29 do Corpo de Bombeiros, recomenda que hidrantes subterrâneos sejam desativados e substituídos por conta da dificuldade de visualização, a grande possibilidade de obstrução e de contaminação da água.
Um incêndio de grandes proporções destruiu, na quarta-feira do dia 20 de janeiro de 1999, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, localizada na praça central de Mariana. A igreja, construída em 1784 e tombada pelo Patrimônio Histórico, estava sendo restaurada desde o segundo semestre do ano de 1998, sob patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo começou por volta das 16 horas. A hipótese mais provável é de que um curto-circuito tenha provocado o incêndio, que se espalhou rapidamente em razão da grande quantidade de produtos químicos no local, utilizados na recuperação de pinturas e peças sacras. Embora a igreja estivesse aberta à visitação pública, não houve feridos. Cerca de 30 pessoas trabalharam no combate às chamas, controladas no final da tarde. Até então não existia Hidrante na Praça Minas Gerias, a pós este incidente, foi colocado um hidrante enfrente a Câmara Municipal de Mariana.
Ouro Preto possui 11 hidrantes públicos e somente dois estão inoperantes (Rua Padre Rolim e Rua Costa Sena – Ao lado da antiga Escola de Farmácia), porém, muitos dos que estão funcionando têm problemas de vazão ou pressão. Segundo o Corpo de Bombeiros, dez equipamentos do município apresentam sinalização deficiente, e apenas cinco têm vazão satisfatória, dificultando as ações das equipes de resgate.
Os hidrantes de Ouro Preto também estão concentrados no Centro Histórico. As exceções são o hidrante localizado no quartel do Corpo de Bombeiros, no bairro Lajes, e o instalado na rodoviária do distrito de Cachoeira do Campo.
As más condições dos hidrantes de Mariana e Ouro Preto estão em desacordo com a Lei Estadual 14.130 de 19 de dezembro de 2001, que dispõe sobre a prevenção contra incêndio. Segundo o artigo terceiro da lei, deixar de instalar instrumentos preventivos adequados com a norma técnica ou não fazer a manutenção necessária, constituem infrações sujeitas a sanção administrativa.
O 1º Pelotão do Corpo de Bombeiros Militares alerta que as falhas na rede de hidrantes podem ter consequências graves para a segurança pública. As más condições do equipamento podem dificultar o combate a incêndios, aumentar o tempo de resposta dos agentes de resgate, e causar danos ao patrimônio histórico das cidades.
O Corpo de Bombeiros ressalta que a população pode colaborar para a melhora das condições dos hidrantes públicos das cidades, evitando depredação, cobrando do município a manutenção dos hidrantes, denunciando casos de mau uso. Por parte do município, é preciso que se realize a manutenção e evite que tenham hidrantes em áreas de estacionamento.
Enquanto em Mariana e Ouro Preto, a maioria dos hidrantes não apresenta as condições adequadas de operação, impactando na eficácia dos serviços de combate a incêndios, Itabirito ainda não possui um diagnóstico realizado pelo Corpo de Bombeiros sobre as condições dos hidrantes públicos do município.
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