Bruno Teixeira e Patrícia Ramos apostam na força dos trabalhadores para conduzir a Prefeitura de Mariana

    Candidatos representam o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e aparecem como terceira via para o Poder Executivo

    Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

                Na noite da última sexta-feira, 30 de agosto de 2024, Bruno Teixeira e Patrícia Ramos, candidatos a prefeito e vice-prefeita de Mariana pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), inauguraram seu comitê de campanha no bairro Barro Preto. Durante o evento, os candidatos apresentaram propostas para questões como moradia, saúde, segurança pública, transporte e abastecimento de água, com foco na participação ativa dos trabalhadores na administração municipal.

                Bruno Teixeira, 35 anos, é advogado e operário da mineração e disputa as eleições pela primeira vez; Patrícia Ramos, 35 anos, é professora da rede pública municipal, e em 2020, concorreu ao cargo de prefeita, alcançando quase dois mil votos. Os candidatos representam o PSTU e têm como lema de campanha o dizer: “Mariana governada pelos trabalhadores”.

    O candidato a prefeito justifica a escolha do lema afirmando que apesar de não existir um “salvador da pátria” para os problemas de um município, o trabalhador é quem sabe como os resolver. “Não existe salvador da pátria, mas o trabalhador sabe exatamente onde está o problema. É por isso que lançamos esse movimento: ‘Mariana governada pelos trabalhadores’”, diz.

    Patrícia Ramos ressalta que o objetivo de sua campanha é garantir que a riqueza produzida na cidade esteja nas mãos dos trabalhadores, aqueles que realmente geram essa riqueza. “Nosso objetivo é colocar a riqueza nas mãos de quem produz a riqueza: nós, os trabalhadores”. Segundo ela, é crucial que os trabalhadores se unam e se fortaleçam.

    Os candidatos explicam que o plano de governo do PSTU é construir um mandato com a participação constante dos trabalhadores. Para isso, o objetivo é que haja conselhos populares ativos para a definição de políticas públicas de saúde, segurança pública, transporte, água e habitação.

    Política habitacional

                Bruno Teixeira destaca a carência de uma política pública habitacional em Mariana, que, segundo ele, persiste há 30 anos. A falta de iniciativas governamentais levou à abertura de loteamentos particulares a preços inacessíveis para a maioria da população, exacerbando o déficit habitacional. Mariana, com uma população que praticamente dobrou em razão da alta demanda por mão de obra, enfrenta a sobrecarga de seus serviços públicos.

    Para enfrentar esse cenário, Bruno propõe três frentes de ação. Primeiro, a criação de loteamentos populares, financiados a longo prazo, para facilitar o acesso da população à moradia própria. Em segundo lugar, ele defende a regularização e urbanização das ocupações, melhorando a infraestrutura e os serviços básicos, como saneamento e coleta de lixo. Por fim, o candidato sugere a implementação de projetos de moradia popular para aqueles que não têm condições financeiras de adquirir um lote e construir uma casa.

    Saúde

                A saúde é outra área considerada crítica pelo candidato Bruno Teixeira. Ele aponta que o crescimento populacional não foi acompanhado por uma expansão proporcional dos serviços de saúde. “Não tenho dúvidas que os trabalhadores da saúde e os usuários da saúde tenham solução para esses problemas. Um deles é justamente esse dimensionamento da saúde a partir desse aumento populacional. A saúde tem que ser dimensionada conforme a população cresce”, explica.

    Mariana, atualmente, não possui um hospital público, obrigando os pacientes a se deslocarem para Belo Horizonte em busca de atendimento especializado. O candidato propõe a construção de um hospital público com especialidades e o fortalecimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em construção no município desde 2013, para que ela atenda melhor as necessidades da população, como exames de diagnóstico.     

    Segurança Pública

                No campo da segurança pública, Bruno Teixeira enfatiza a importância de um trabalho preventivo, utilizando a inteligência e a participação dos profissionais de segurança. Ele destacou a necessidade de maior diálogo entre empresas e o poder público para antecipar os impactos do aumento populacional, muitas vezes impulsionado pela expansão da mineração, que, segundo ele, está associada ao aumento da criminalidade na cidade.

    Patrícia Ramos complementa, apontando que a precariedade dos empregos oferecidos na mineração, com longas jornadas e baixos salários, agrava a situação de violência. Para eles, a segurança pública deve ser discutida em um Conselho de Segurança Pública, com a participação de representantes da Polícia Militar, Civil e Guarda Municipal.

    Transporte público

    Aprovado pela Câmara Municipal em 2021 e implantado em fevereiro de 2022, o Tarifa Zero é uma realidade em Mariana e a prefeitura tem um custo de aproximadamente R$ 1,6 milhão por mês com a manutenção do programa junto à empresa Transcotta. Segundo Bruno Teixeira, o PSTU é favorável à continuidade da gratuidade nas passagens de ônibus, porém com alterações na implementação.

    O candidato defende a criação de uma empresa pública de transporte, para oferecer um serviço gratuito e de qualidade. Bruno Teixeira argumenta que o montante pago mensalmente à empresa que opera o transporte público local seria suficiente para manter uma empresa pública, proporcionando um serviço melhor e gratuito à população.

    Abastecimento de Água

    A questão do abastecimento de água em Mariana também foi abordada pelos candidatos. Bruno Teixeira critica a falta de estruturação do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) desde sua criação em 2005, o que, segundo ele, resultou na situação crítica atual. Temos muita clareza para dizer que a decisão de deixar Mariana sem água é política, uma decisão política de todos que passaram tanto pela Câmara quanto pela prefeitura”, declara.

    Ele propõe a estruturação do SAAE e a implementação de um teto de gratuidade para o consumo de água, garantindo que o recurso seja acessível a todos. Além disso, defende que as mineradoras passem a contribuir financeiramente pelo uso da água. “A água é um direito, tem que ser gratuita e tem que ser de qualidade. Quando estabelecermos o teto de gratuidade, garantiremos água gratuita para todo mundo e aqueles que ultrapassarem esse teto de gratuidade, vão pagar”.

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