O prefeito Juliano Duarte destacou a importância da formação no contexto dos primeiros 100 dias de governo e apresentou um panorama das ações voltadas às pessoas com deficiência no município.
Formação seguiu com atividades durante dois dias
Por: Hynara Versiani
Na última quinta-feira, 10 de abril de 2025, o auditório G20 do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), da UFOP, recebeu dezenas de monitores e professores da sala de recursos da rede pública de Mariana para a abertura do Curso de Formação para Monitores de Ensino Especial e Professores da Sala de Recursos, com o tema Inclusão Escolar de Alunos com TEA e Outros Transtornos. O evento marcou o início de uma jornada de dois dias de capacitação, aprendizado e troca de experiências com foco na construção de uma educação inclusiva.
A formação, fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Mariana, a Secretaria Municipal de Educação e a Escola de Governo, foi idealizada para qualificar os profissionais que atuam diretamente com alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições que exigem atendimento especializado.
Na cerimônia de abertura, o secretário de Planejamento, Fazenda e Governança, Marlon Figueiredo, destacou a importância da formação e compartilhou sua vivência pessoal com o espectro autista. “Esse é um tema que me toca profundamente. Tenho uma relação próxima com o autismo e sei o quanto é necessário um olhar cuidadoso e preparado para lidar com essas crianças. Esta formação é uma ação concreta para garantir esse cuidado”, disse.
O secretário municipal de Educação, Fabrício Bicalho, ressaltou o desafio de oferecer capacitações sem prejudicar o funcionamento das escolas, e explicou a escolha cuidadosa da data. “É um esforço grande reunir todos vocês aqui. Fizemos questão de garantir que as crianças estivessem na escola hoje, porque o objetivo da inclusão é justamente promover autonomia”, afirmou.
Representando a Câmara de Vereadores, o presidente da Comissão de Educação, vereador Ítalo de Magelinha, enfatizou o papel fundamental dos monitores e professores da sala de recursos. “Capacitar é valorizar. Conheço de perto os desafios desse trabalho, mas com apoio e formação, eles se tornam menos pesados. Nosso compromisso é continuar cobrando e apoiando ações como essa”, afirmou, destacando também a competência das palestrantes convidadas.
O prefeito Juliano Duarte destacou a importância da formação no contexto dos primeiros 100 dias de governo e apresentou um panorama das ações voltadas às pessoas com deficiência no município. Entre elas, a entrega de cordões de deficiência oculta, a ampliação do programa de equoterapia — atualmente com fila de espera de mais de 100 crianças — e o projeto de construção de um centro especializado em atendimento a pessoas com TEA. “Essa será uma grande conquista para Mariana. Já temos a área e estamos desenvolvendo o projeto executivo. Vamos descentralizar os atendimentos e evitar que tantas famílias precisem se deslocar para outras cidades”, garantiu.
Juliano também lembrou da lei de sua autoria que garante redução de jornada de trabalho às servidoras municipais com filhos que possuem deficiência, uma medida que já vem beneficiando diversas famílias.
A terapeuta ocupacional Paula Brito compartilhou sua trajetória entre a saúde e a educação e reforçou a importância da união entre as duas áreas para garantir práticas mais eficazes de inclusão.
A psicóloga Tatiany Carvalho provocou reflexões profundas sobre a infância, o papel social da criança e as transformações culturais que influenciam a forma como lidamos com o desenvolvimento infantil. “Somos o resultado de como fomos tratados ao longo da vida por nossas figuras de referência. E as crianças de hoje também carregarão isso”, disse, ao abordar a percepção sociocultural da infância.
A especialista em Educação Inclusiva e Neuropsicopedagoga Juliane Niquini também compôs o time de palestrantes, contribuindo com abordagens práticas e teóricas sobre o trabalho com estudantes com necessidades educacionais especiais.
A formação promete impactar diretamente a qualidade do atendimento educacional aos alunos com TEA e outros transtornos em Mariana. Além de uma capacitação técnica, o curso se firmou como um momento de reconhecimento do trabalho dos profissionais da educação inclusiva.
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