Por João M. M. Silva
Em cada deixa,
um novo amor.
O tom da queixa
compreende minha dor.
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Mais um que tu ignoras,
errante e maltratado,
desejando tua memória,
fitando o caminho espinhado.
Da depressão na terra,
o estopim.
Quando o outro lado emerge enfim,
vento não erra:
não há início,
nem fim.
Para o barco seguir forte,
acima do sal,
abaixo do céu,
não conto com a sorte.
Velas ao norte.
Quase primavera
Deliro nas lembranças,
nos seios fartos de andanças.
Amar é transgredir,
continuo a me punir.
As águas da minha terra,
tu me fazes relembrar
o que deixei para trás,
o que não pude mudar.
Do algodão que marca o chão,
com leveza consigo ver
tua própria natureza gerar os frutos
escondidos do ipê.
O sabor do teu mel,
só me resta imaginar.
Do teu aroma me faço réu,
desejo desabrochar.
Folhas secas obedecem à raiz.
No dia seguinte:
acostume-se,
ela diz.
Nem tudo se ampara,
e quando a dor para,
imploro para voltar ao chão:
benção e maldição.