Por Rosane Castilho*
A raiva é uma emoção natural, derivada de sensações como frustração ou impotência. Sua intensidade e expressão podem variar a partir de aspectos como idade, gênero e cultura e, quando descontrolada, pode ser o estopim de grandes conflitos.
Por outro lado, apesar de ser percebida socialmente como uma emoção negativa, a raiva pode servir como mecanismo de proteção e, se bem administrada, pode trazer benefícios na direção do autoconhecimento e do manejo interno de emoções e sentimentos.
Frequentemente expressamos a raiva e nos sentimos mal. Antes de adotar o autojulgamento, é importante lembrar que essa emoção pode ser o último recurso para não cairmos em uma profunda tristeza.
O que eu faço com isso? Nos momentos de raiva, tente entrar em contato consigo e identifique a emoção expressa, já que muitas vezes não sabemos sequer o que estamos sentindo.
Após identificar essa emoção, tente perceber o que ela quer dizer, através das sensações corporais. No fundo, tudo o que as nossas dores desejam é alívio e esse alívio acontece quando nos reconectamos com o nosso eu e com tudo o que ele contém.
Observe para essa emoção sem julgamentos e busque encontrar, dentro de si, as ligações entre essa emoção e outras que a potencializam. Às vezes, a raiva está ligada à vergonha, à culpa, ao sentimento de desamparo, por isso toma uma proporção muito maior. Conecte-se a ela! Esse movimento pode revelar um nível de leveza nunca antes percebido…
Tente encaixar essas peças, como um quebra-cabeças, avaliando a possibilidade de realizar esses movimentos antes de reagir à uma situação. Talvez você pense que, sem a raiva, você pode se transformar, como ouvi certa vez, “em uma ameba”.
Mas esse pensamento é consequência de um movimento interno de polarização. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, já que, quando nos damos um tempo antes de agir, expressamos o autocuidado, condição necessária a estados mais elevados de consciência.
Lembre-se de que estamos sempre aprendendo e não se martirize se a raiva aparecer tentando invadir seu espaço interno. Se essa emoção é sua, você pode acolhê-la ao invés de permitir que ela te controle.
Essa atitude permitirá alterar comportamentos que não mais expressam o seu modo de ser. Que tal experimentar?
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*Rosane Castilho é autora do livro “O que eu faço com isso? 5 passos para a reconexão com o Eu” e doutora em Educação
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