Associação Acotirene realiza evento em memória da luta pela Abolição da Escravidão em Mariana
    Fotos : João B,N, Gonçalves e Hynara Versiani

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    Por João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

              No último sábado, 13 de maio de 2023, a Associação Acotirene realizou o evento “Relembrando nossa Ancestralidade” em memória do Dia da Abolição da Escravidão. O evento contou com a participação de membros da entidade, do Quilombo Santa Efigênia e das Cantadeiras do Engenho, da cidade de Pará de Minas.

              A celebração teve início no Espaço Cultural Acotirene, na Rua Dom Silvério, 428, com o Cortejo “Berimbada e Percussão”, que seguiu até a Praça Gomes Freire (Jardim) com danças, capoeira e entoando músicas afro-brasileiras.

    O encerramento foi com uma roda de samba e capoeira, que reuniu dezenas de pessoas no Jardim

              O presidente da Associação Acotirene, Sr. Aluísio Augusto, foto abaixo, destaca que a celebração é uma forma de relembrar a Abolição da Escravatura de modo crítico.

     “É uma festa lembrando o 13 de Maio, apesar de ser uma data importante, não foi ela que nos deu a abolição. Ela já estava acontecendo, havia os movimentos abolicionistas,  alguns vindos dos próprios escravos”, disse.

           Marta Auxiliadora dos Santos, 72 anos, veio de Pará de Minas para participar do evento “Relembrando Nossa Ancestralidade”, e falou sobre a importância do dia 13 de maio.

     “Temos que comemorar mesmo, não só o dia 13, nós temos que comemorar todos os dias a nossa liberdade. Você é negro e hoje tem acesso a tantas coisas, tanta cultura”, afirma.

              O estudante de Serviço Social na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e percussionista, Sr. Wandersson Sousa, afirma que eventos como o “Relembrando Nossa Ancestralidade” são importantes para um resgate cultural e étnico, e disse que tocou para o seu sobrinho que está próximo do nascimento.

     “Isso me traz para um outro tempo, me faz reviver o nosso passado. E hoje, eu estava tocando para o Antony, meu sobrinho que está chegando. Ele chega nesse mundo conturbado, mas chega com música”, conta.

    Participante da Associação Acotirene, a professora Sara Helena faz uma crítica ao Poder Municipal de Mariana, por não lembrar a abolição da escravidão :

     “Se não fosse esse movimento, o dia 13 de maio passaria batido em Mariana, pois não foi feito nada pelo poder público”. Ela ainda acrescenta que as associações precisam assumir um protagonismo nestes momentos. “Quando o poder público não toma frente, as associações devem ser a salvaguarda das narrativas que queremos propor.”