Vinte anos se passaram e Ayla continuava belíssima. O tempo para ela parecia não existir. A beleza que antes era notória, tomou proporções centuplicadas.
Eric encontrou Ayla quando fazia a viagem de Mariana para Ouro Preto, cidades vizinhas encrustadas nas belíssimas montanhas de Minas Gerais.
Eric morava em Ouro Preto, mas constantemente se deslocava até Mariana para resolver pendências relacionadas a sua ocupação profissional. Numa dessas idas e vindas encontrou Ayla dentro do ônibus que fazia a ligação entre as duas cidades.
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Eric conheceu Ayla quando ainda morava em Mariana, trabalharam juntos por vinte anos numa mesma Empresa. Se distanciaram depois que Eric deixou o trabalho e se mudou para Ouro Preto, dando outros rumos a sua vida profissional.
O reencontro!
Eram 09h31min de uma sexta feira ensolarada quando ele embarcou em Mariana retornando para Ouro Preto depois de cumprir um de seus compromissos costumeiros.
Quando o ônibus parou no ponto da Travessa Santa Cruz, última parada antes de entrar na Avenida Manuel Leandro Corrêa, ela embarcou. Mas ele não a reconheceu de imediato, embora tudo levasse a crer que se tratava de Ayla, Eric não teve certeza. Ela tinha também um beija flor tatuado no lado esquerdo do peito percebido devido a roupa leve que usava em contraponto ao calor daquela manhã. Fato que confundiu um pouco a Eric, afinal lá no passado nunca havia visto aquele sinal belíssimo no corpo dela.
Ela sentou bem à frente de onde ficava o auxiliar de viagem, ele estava no lado oposto ao dela, porém na mesma direção. No exato momento em que ela o avistou, o ônibus passava bem em frente Escola Estadual Dom Silvério. Os olhares se encontraram e ambos esboçaram um sorriso que embora contido disse muita coisa. Imediatamente Eric perguntou?
— Ayla?
A resposta foi outra pergunta?
— Eric?
O que se viu na sequência foram expressões de surpresa e contentamento estampados num sorriso mútuo.
Imediatamente Eric trocou de lugar e ocupou o assento vago ao lado de Ayla e seguiram a viagem relembrando os acontecimentos de vinte anos atrás. Ele então num ato de ousadia disse:
— Você está muito mais linda que a vinte anos!
Ayla então respondeu de pronto:
— Isso quer dizer que me achava bonita?
E Eric prosseguiu num tom ainda ousado:
— Eu sempre te achei uma mulher linda, já até ousei cogitar a possibilidade de tentar namora-la, mas não tive coragem. Pode acreditar!
Mas porque não tentou? Disse Ayla o instigando a dizer mais coisas.
E mais uma vez perguntou:
— Você não está dizendo isso, simplesmente pela oportunidade desse encontro, está?
E Eric respondeu com toda sinceridade:
— Não diria simplesmente pela oportunidade do encontro, mas por ser a única vez em todo esse tempo que consegui falar com você sobre isso. Contudo o passado são tempos que não voltam mais, prefiro o presente, esse que agora vivemos.
E prosseguiu:
— Você está linda como nunca, o beija flor tatuado em seu peito, eu não conhecia, mas é certo que dá um toque especial e agrega um componente novo a sua estonteante beleza. A junção entre seu sorriso e o olhar trazem de volta a simplicidade que a diferenciava das outras mulheres. Talvez fosse esse o motivo do meu encantamento.
O seu cheiro avivou em mim todas as memórias dos tempos idos, e as imagens foram se formando como se fossem flashes a descrever uma linha do tempo.
E depois de ficar ouvindo Eric rasgar seu coração diante dela, Ayla rompe o monólogo empreendido por ele e declara em alta voz:
— Estou sem palavras, não sei o que dizer, confesso que não sei!
O silêncio pairou por alguns minutos. Eric fixou seu olhar nas coisas que via pela janela do ônibus, mas sem dar sentido a elas, Ayla baixou a cabeça e silenciou-se. Naquela hora ambos eram só pensamentos. Ainda sem romper o silêncio, Ayla inclinou a cabeça, aproximou seu rosto ao de Eric e o beijou suavemente. Ele não se opôs ao gesto, e de olhos fechados correspondeu ao beijo.
As palavras não foram necessárias naquele momento. A interação entre ambos se dava nas expressões de carinho movidas pelos impulsos aflorados naquele instante e atestava o interesse de um pelo outro.
Todos que estavam no ônibus aplaudiram aquela cena de amor.
Minutos depois chegaram a praça Tiradentes e desembarcaram. Ayla após pisar as pedras centenárias ouro-pretanas, tendo a seu lado Eric, perguntou:
— E agora?
Eric a puxou de lado, a tomou pela cintura, a abraçou, depois a beijou delicadamente e respondeu à sua pergunta:
— Agora vamos tomar um suco de maracujá para refrescar e acalmar nossa alma porque, começa agora os primeiros momentos do resto de nossas vidas.
E seguiram pela praça Tiradentes com o sorriso próprio de quem acabara de descobrir um grande amor.