Local revela o cotidiano da vida na época da mineração colonial
Por João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani
O Centro Cultural Palácio D’Ouro, localizado em Ouro Preto (MG), abriu suas portas para visitação em novembro de 2022, propondo apresentar as histórias e a beleza arquitetônica do século XVIII.
Após 14 anos de restaurações, o Palácio D’Ouro proporciona uma experiência ao público, que reflete os valores da história mineira e nacional.
A museóloga Anna Maria Toledo, filha de Edson Toledo e neta de José Lucas de Toledo, proprietários do Palácio D’Ouro, destaca a importância do local: “O Palácio é um centro cultural que temos aqui em Ouro Preto. É uma das primeiras edificações da cidade, do início do século XVIII, 1704 – 1705”. Ela ressalta que a casa pertencia a Pascoal da Silva Guimarães, um português que veio em busca do ouro na região.
O tour pelo Palácio D’Ouro, conduzido por um guia especializado, leva os visitantes a conhecerem a Casa Principal, Mirantes, Senzalas, Seteira, Capela, Mina, Jardins, Complexo Minerador, Aqueduto e outros espaços. A duração média da visita é de 1h30.
A visitação se inicia pela Casa Principal do Palácio D’Ouro é tida como uma verdadeira obra de arte, com ambientes decorados que transportam os visitantes para o cotidiano dos séculos XVIII e XIX. Mobiliários e objetos de decoração completam a experiência, proporcionando fascínio e encanto.
Os Mirantes do Palácio D’Ouro contam a história de personagens importantes, como o Visconde de Caeté e o Barão de Saramenha, oferecendo uma vista deslumbrante e uma narrativa emocionante.
A Mina do Pascoal, uma escavação do século XVIII, proporciona uma imersão na história da exploração do ouro, revelando curiosidades e oferecendo uma experiência única aos visitantes.
Os jardins suspensos do Palácio D’Ouro, inspirados nos grandes jardins europeus, encantam com suas marcações geométricas, variedade de plantas, árvores e frutos. Um lugar tranquilo para relaxar e apreciar a natureza. As senzalas do Palácio D’Ouro buscam valorizar a cultura e as tradições trazidas pelos negros escravizados, expondo objetos de tortura colocados abertos para representar a liberdade, utensílios de cozinha, acessórios utilizados por mulheres negras, ferramentas de trabalho e itens de fé.
Anna Maria Toledo menciona que seu avô, José Lucas de Toledo, trabalhou no Palácio D’Ouro nos anos 1950 e que, em 2008, a família teve a oportunidade de adquirir a imponente construção para iniciar os processos de restauração. Ela destaca o cuidado em preservar as estruturas originais da Casa Principal, como o pau-a-pique e as estruturas de madeira, além dos sistemas construtivos do telhado, que não são comuns atualmente.
A museóloga enfatiza a importância das visitas mediadas, conduzidas por mediadores do Palácio, que compartilham conhecimentos sobre as histórias e objetos da época: “A ideia é entender o cotidiano das pessoas que viveram aqui na época, como era o dia a dia. E isso é possível por meio dessas visitas, que são visitas mediadas”.
Além da exposição e da visita à mina, há o Palácio D’Ouro Café, que oferece uma experiência gastronômica para os visitantes, com pão de queijo recheado e café especial coado na hora. Segundo Anna Maria Toledo, este é um dos diferenciais do Palácio D’Ouro, sendo o único museu ou centro cultural da região a oferecer essa possibilidade.
O Palácio D’Ouro é um centro cultural que conta a história da cidade de Ouro Preto desde seu início, no século XVIII, quando pertencia a Pascoal da Silva Guimarães, um português em busca do ouro. A casa principal passou por um minucioso processo de restauração, preservando as estruturas originais, mobiliários e objetos do século XVIII e XIX. O Centro Cultural está localizado na Rua Conselheiro Quintiliano, 627, no bairro de Lajes, em Ouro Preto. Aberto de segunda a domingo, das 9h às 17h30, oferecendo visitas guiadas a partir das 9h.
