Super lotação em ônibus em Mariana  afeta rotina de trabalhadores

    Muitos usuários dos ônibus do Tarifa Zero reclamam de super lotação no horários de picos e demora. Uso de aplicativos de transporte como Bibi, Uber, 31, são cada vez mais utilizados como alternativa. Apesar de pesquisas de opinião realizadas com usuários do transporte coletivo, nenhuma mudança significativa foi feita, porém um ou outro distrito ganhou novos horários. Falta experimentar novas alternativas para o fluxo de ônibus, como utilizar a rodovia do contorno mais, sem precisar ficar indo e vindo pelo centro, porém há um contrato por KM a ser considerado.

    Para receber notícias do jornal O Espeto clique aqui

    Por Pedro Henrique de Souza

    Desde o dia 1° de fevereiro de 2022, Mariana adotou o Tarifa Zero. O programa que buscava facilitar o deslocamento dos mais de 60 mil cidadãos Marianenses causa insatisfação em usuários do transporte público na cidade em relação à superlotação nos horários de pico, quando a população mais usa o transporte público.

    Estéfany Souza, 19 anos, moradora do bairro Alto Rosário, usa sempre a linha Alto Rosário x Centro para se deslocar de casa para a faculdade. No horário de pico, a estudante afirma que fica em média 40 minutos no ponto de ônibus e mesmo esperando esse tempo, não consegue ir sentada: “Por causa de muita lotação, acaba sendo cansativo e estressante depois de um dia”

    A estudante usa de estratégias para pegar o ônibus: “Você tem que calcular qual horário é o melhor para você conseguir um lugar”. Ela ainda relata que já teve que esperar mais de 2 ônibus para conseguir ir minimamente confortável. Questionada sobre a qualidade do serviço, de 0 a 10, ela dá uma nota 5 para o serviço de transporte público.

    Por exemplo, eu estava esperando o coletivo em um dos principais pontos de ônibus, no centro de Marioana, a praça Tancredo Neves, entre 17h20 e 18h15, e somente após 55 minutos o ônibus da linha Alto Rosário x Centro passou. Já no primeiro ponto, já estava lotado e havia pessoas em pé. No ponto seguinte, do Centro de Convenções, o ônibus já não parou, pois não cabia mais ninguém !

    O mesmo acontece com a linha Policlínica X Cabanas. Atrasos e ônibus lotados são reclamações de passageiros que utilizam a linha. Uma passageira disse  que muitas pessoas usam “Tarifa Zero” para trechos curtos : “As pessoas pegam o ônibus para descer no ponto seguinte, isso acaba enchendo o ônibus e aumentando a duração da viagem ”.

    Apesar das reclamações, a implementação do serviço ajudou muitas pessoas a diminuir uma despesa, afinal, antes de 2022, o valor da passagem era de R$3,00.

    Outro lado que se esperava do programa Tarifa Zero era que com ônibus de graça iria diminuir o número de carros em circulação, mas isso não aconteceu, os motoristas preferiram continuar a usar seus veículos, ninguém abandonou o seu carro ou moto para andar de Tarifa Zero, e o motivo dito por pessoas que foram ouvidas pelo jornal é simples: ônibus superlotados, atrasos, falta de informações sobre horários, desorganização e empurra empurra na fila de entrada para embarque, além de pontos de ônibus antigos, sujos, mal iluminados, proporcionalmente pequenos  para o número de usuários. Muitos dos pontos foram construídos há 40 anos !

    A Transcotta, empresa que presta serviços de transporte para a população informou ao jornal O Espeto que há fiscalizações pontuais sobre a superlotação dos veículos. Ela reafirma ainda que fiscalizações com foco educativo serão feitas com mais frequência. Sobre atrasos dos coletivos, existe monitoramento por GPS espelhado com o DEMUTRAM de Mariana. Sobre medidas para melhorar a qualidade do transporte da cidade, a Transcotta informa que :

     “A Transcotta atua de forma a garantir que a prestação dos serviços seja realizada com pontualidade, cordialidade e segurança. Contamos com um sistema de gestão e monitoramento da frota para permitir um acompanhamento de toda a operação em tempo real”.

    Sobre informações sobre horários e itinerários a Transcotta mantem em seu site essas informações.

    Procurado pela equipe do jornal, o Demutran não respondeu nosso contato até o momento.

    Nota da Redação :

    Apesar da prefeitura de Mariana ter feito várias pesquisas de opinião para melhorar o serviço do Tarifa Zero, não houveram mudanças significativas desde o início da implantação. A principal reclamação continua sendo atrasos, e falta de ônibus em horário de pico e consequente superlotação.

    Há que se registrar acidente com passageiro que estava em pé na porta do ônibus devido a superlotação e esta se abriu quando o ônibus fez uma curva próximo ao CEMPA vindo o homem a ser lançado fora do ônibus ! Felizmente não teve nada sério além de arranhões!

    Aumenta o número de pessoas que já falam que seria melhor pagar um preço justo do que conviver com atrasos e superlotação.

    Um fato temos que lembrar: Os ônibus da  Transcotta enfrentam o trânsito caótico em Mariana onde mais de 800 ônibus de empreiteiras e mineradoras além de centenas de veículos circulam sem qualquer forma de rodizio ou controle! A Transcotta não pode fazer nada sobre isso ! Até trator circula pelo centro de Mariana ! 

    Muitas vezes a fila de ônibus começa em Antônio Pereira e segue até Mariana, são 11 KM de congestionamento ! Gasta-se duas horas para uma viagem que é feita em 10 minutos fora do horário de pico !  A chamada “Ponte de Areia”, sendo mão única para ônibus, no centro de Mariana, estrangula o centro todo !

    Outra medida que não é aplicada e foi apontada por estudos feitos por guardas municipais que fizeram cursos de pós graduação, é os ônibus usarem o rodovia do contorno em Mariana como saída, sem precisar ficar batendo cabeça no centro. Entra pelo centro, desembarca, embarca e segue caminho sem voltar pelo centro, esse cai e vem atrapalha demais ! Cadê a engenharia de trânsito ?  Será que isso daria certo ?