Coletivo Rosa Negra promove cultura e economia solidária em Mariana

    Grupo é formado por mulheres nativas do município

    Por: Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves

    O Coletivo Rosa Negra, originado em 2022, está se destacando cada vez mais em Mariana, Minas Gerais. Este grupo diversificado de mulheres, nativas e residentes na cidade, se uniu com o objetivo comum de preservar e celebrar suas raízes ancestrais africanas e indígenas, ao mesmo tempo em que impulsionam a saúde popular e a economia solidária e criativa na região.

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    O Coletivo Rosa Negra abriga uma gama de habilidades, incluindo artesãs, professoras, curandeiras, trancistas, costureiras, bordadeiras, musicistas, cozinheiras, feirantes, dançarinas, rezadeiras, cuidadoras, educadoras e contadoras de histórias. Elas participam de uma variedade de atividades, desde encontros de estudos e partilhas semanais até apresentações musicais em eventos culturais e festivais.

    O coletivo se reúne semanalmente em diversos pontos de Mariana, como praças, terreiros, territórios afetados e cachoeiras. Esses encontros enfatizam o autocuidado e a ritualidade do afeto, além de compartilhar alimentos e explorar as antigas línguas, pedagogias, ritmos, canções, danças e jogos de corpo de tradições africanas e afro-brasileiras.

    O Coletivo Rosa Negra presta homenagem à memória de Rosa Egipcíaca, a primeira africana que deixou um registro escrito no Brasil, e que viveu por muitos anos em Mariana durante a época colonial.

    Elas se apresentam em formato de cortejo e também em palcos, com um repertório que inclui canções autorais e cantigas tradicionais da cultura afro-brasileira. No último mês de setembro, o coletivo se apresentou em dois importantes eventos culturais de Mariana: o Festival de Teatro Comunitário (Festeco) e da inauguração da Igreja de São Francisco de Assis e do Museu de Mariana.

    As integrantes do coletivo são Ana, Paixão, Drika, Ingrid, Mercy, Naiomy, Preta, Vivi, Raízes, Mo, Maie, Zenith, Circe, Jaque e Anajá. Cada uma contribui com sua expertise única para enriquecer as atividades do coletivo.

    O Coletivo Rosa Negra oferece uma variedade de oficinas para a comunidade, abrangendo desde a confecção de bonecas Abayomi, percussão africana, costura e bordado, estética afro, dança afro, plantas e ervas de cura, até culinária africana e a confecção de instrumentos musicais a partir de materiais recicláveis.

    Além disso, o coletivo realiza projetos como a “Semana Rosa Negra” e o “Café com Afeto”, que promovem a cultura afro-indígena, a economia solidária e a união comunitária. O Coletivo Rosa Negra é um exemplo de como a cultura e a tradição podem ser preservadas e enriquecidas através do trabalho coletivo e da celebração das raízes ancestrais.