Será criado um grupo de trabalho para as questões mais urgentes discutidas no encontro. As catadoras recebem um auxílio mensal de R$ 500 da Prefeitura de Ouro Preto.
Por: Hynara Versiani e João B. N. Gonçalves
Na última quinta-feira, dia 25 de abril de 2024, a Associação de Catadores de Material Reciclável de Antônio Pereira (Amrap) comemorou seu primeiro ano em funcionamento com o 1º Encontro de Parceiros de Antônio Pereira. O evento, realizado em parceria com a Vale, a RC8 Treinamentos e a Prefeitura de Ouro Preto, ocorreu no Centro de Referência e Assistência Social (Cras) do distrito.
O principal objetivo do encontro foi a criação de uma rota de coleta seletiva que atendesse os grandes geradores de recicláveis da região. Isso é alcançado justamente através da mobilização desses geradores. O consultor da RC8, Helder Silveira, diz que o que está sendo feito é um encontro de redes. “Estimulamos, propomos e nos encontramos com os três setores da sociedade: o poder público, as empresas e a sociedade civil, que, no caso de hoje, é a associação”, explica.
Durante o evento, foi apresentado um balanço dos avanços alcançados pela Amrap ao longo de seu primeiro ano de atividades. Entre os destaques, está a comercialização de cerca de 37 toneladas de material reciclável somente no segundo semestre de 2023, resultando em um faturamento de mais de R$ 22 mil reais. Dessas toneladas, 66% correspondiam a papéis e papelões, enquanto 19% eram metais.
As catadoras recebem um auxílio mensal de R$ 500 da Prefeitura de Ouro Preto. Segundo a Prefeitura de Ouro Preto o catador para ter acesso a este recurso tem de estar vinculado a uma entidade de catadores, a uma associação. O auxílio foi instituído pela Lei Municipal nº 1373/2023 como forma de contribuir na renda destes importantes trabalhadores.
O quilo do papelão, principal material vendido, custa apenas R$ 0,50. Uma das fundadoras da associação, Sandra Faria, revela que se sente desmotivada. “Está difícil para mim e para as meninas, não estamos dando conta de lidar com a situação. Estou em Antônio Pereira faz 20 anos e não vejo expectativa de nada, a comunidade não colabora”, desabafa.
Essa atividade, embora fundamental para o meio ambiente, não é rentável, e a principal dificuldade das catadoras é a questão da renda. Verônica Souza, que também é catadora e trabalha na RC8, ressalta que é necessário diálogo para que o que é oferecido esteja de acordo com as necessidades. “Trata-se de parcerias, não é doação ou assistencialismo”, afirma.
Neuza Araújo, catadora, também fala sobre seu descontentamento: “Quem começa a trabalhar com reciclagem porque gosta, não para mais. É apaixonante. Mas não podemos assumir todos os fardos, não damos conta de buscar tudo sozinhas. Meio horário já é apertado para algumas pessoas”.
A Associação conta, atualmente, com somente três catadoras. A Prefeitura de Ouro Preto informa que possui um Termo de Cooperação com a Amrap que tem como objetivo o fornecimento de um caminhão com motorista e combustível, pagamento de aluguel e energia elétrica. Mensalmente este valor é de quase 18 mil reais.
Da área de Relacionamento com a Comunidade da Vale, Beatriz Fontes parabeniza os membros da Amrap. “Vocês têm uma longa história que começou com um sonho. Nada disso seria possível se a sociedade e suas lideranças não contribuíssem com as necessidades da reciclagem. Precisamos celebrar cada conquista, e hoje é um dia muito especial”, destaca.
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