Vereador Ronaldo Bento critica a direção do SAAE pela atitude com a imprensa em meio à crise hídrica em Mariana

    Valdeci Fernandes destratou jornalista que buscava informações sobre falta d’água nas escolas de Mariana

    Por: Hynara Versiani

                Na última segunda-feira, 30 de setembro de 2024, durante a 30ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mariana, foi trazida à tona uma situação de desrespeito por parte do diretor do Saae, Valdeci Fernandes, com uma jornalista local. O caso ocorreu na última sexta-feira, dia 27, quando a jornalista se dirigiu à sede do Saae para discutir a falta d’água em diversas escolas de Mariana, a pedido do próprio diretor.

    Supostamente, Valdeci havia convocado a repórter para conversar sobre uma matéria publicada previamente sobre o tema. Seria passado a ela o funcionamento do alinhamento do Saae com as escolas e os postos de saúde, e a repórter havia preparado perguntas sobre o assunto para redigir uma nova matéria, a partir das informações que lhe seriam fornecidas.

    Porém, o diretor se mostrou defensivo e não-cooperativo, se recusando a responder as perguntas da profissional e a fazendo sair de mãos vazias. Valdeci alegou que não poderia confiar em seu jornal, pois em sua visão, os jornalistas estariam publicando informações falsas, que dariam a entender que o Saae não está cumprindo seu dever para com a população. O diretor também afirmou que não falaria com a jornalista por não ter sido ela a redigir a matéria inicial, apesar de não ter especificado que queria conversar com o autor quando solicitou o encontro.

    Durante a reunião da Câmara de Mariana na segunda-feira, o vereador Ronaldo Bento anunciou seu repúdio pela atitude de Valdeci. “Os alunos da Creche Daniela Cristina Avelar ficaram sem aula, e haveria um prazo de 48 horas para abastecer as creches. Alguns pais tomaram as devidas providências e foram ao meu gabinete, e de fato, quando o semanário foi buscar informação, o diretor agiu de forma desrespeitosa”, conta.

    O vereador reafirma seu respeito pelos colaboradores, principalmente no atual período prolongado de seca, mas destaca que é inadmissível o destrato com a mídia local. “Não podemos permitir que o diretor do Saae, se tratando de uma demanda que de fato temos, destrate nossos jornalistas por fazerem o seu trabalho de levar à população informações fidedignas”, exige, reforçando sua desaprovação por esse posicionamento de toda e qualquer gestão pública.

    Finalizando, Ronaldo relembra que, apesar de o diretor afirmar que as informações publicadas pelo jornal eram falsas, as escolas Dom Silvério, Dom Luciano e outras escolas e creches emitiram notas confirmando a situação. “Fica aqui meu repúdio face às falas truculentas do diretor à nossa mídia e ao seu direito de fiscalizar e transmitir aquilo que de fato deve ser feito, para que chegue aos ouvidos de toda a população.”

    Outros temas

    A reunião incluiu o Projeto de Lei n.º 106/2024, que fala sobre a acessibilidade para pessoas autistas, com deficiência e mobilidade reduzida em eventos realizados em espaços públicos e privados no município, e o Projeto de Lei n.º 101/2024, que classifica as pessoas com doenças renais crônicas como deficientes físicos.

    Autor dos projetos, o vereador Zezinho Salete agradece seus colegas pela aprovação, dada a delicadeza do tema. “Esses projetos têm sensibilidade com as pessoas com deficiência no espaço público, para que possam assistir, entrar e ficar à vontade sem ter nenhum custo, por serem dependentes de uma doença física”, explica.

    Além disso, foi comentada a instituição do selo “Autista a bordo” para veículos que transitem no município transportando pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), pelo Projeto de Lei n.º 105/2024. Seu autor, o vereador Ricardo Miranda, ressalta que está crescendo o número de pessoas identificadas com TEA, aumentando a importância de projetos pela causa, em especial o projeto n.º 105, dado o trânsito muitas vezes caótico de Mariana.

    “Queremos identificar os veículos para que as pessoas tenham mais empatia pelo próximo. Ao identificar um veículo que tem o selo, esperamos que o condutor não buzine, conte dez segundos, para minimizar o desconforto dessas pessoas. Isso faz total diferença”, explica o vereador. Para ele, a identificação trará segurança para pessoas com TEA, sejam elas os condutores ou pessoas transportadas por eles.

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