Câmara de Mariana debate problemas na obra da Rua João Batista em Passagem

    Moradores cobram explicações sobre atrasos e qualidade da intervenção realizada na via

    Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    Durante a 41ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Mariana, realizada nesta quinta-feira, 12 de dezembro de 2024, moradores de Passagem de Mariana apresentaram suas insatisfações em relação às obras na Rua João Batista. A intervenção, iniciada em outubro de 2024, faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Prefeitura de Mariana e a mineradora Vale, no valor de R$ 4 milhões, e gerou transtornos aos moradores.

    Durante a reunião, o presidente da Associação Comunitária de Passagem, Rinaldo Pereira de Mello, destacou problemas como falhas na comunicação com a comunidade e execução inadequada do projeto. “Eu gostaria de saber se o TAC contempla a Rua João Batista e suas adjacências, incluindo a pavimentação até o bairro Liberdade. Além disso, há anomalias graves na obra, como uma boca de lobo que mistura esgoto e água pluvial, além de canaletas mal executadas que podem se tornar focos de dengue,” afirmou.

    Rinaldo também criticou a falta de planejamento prévio e a ausência de laudo cautelar antes da elaboração do TAC. “Esse laudo só foi confeccionado depois. Para nós, moradores, isso demonstra falhas no processo,” completou.

    O vereador Ronaldo Bento reforçou a necessidade de maior transparência e fiscalização. Ele criticou o TAC firmado entre a Prefeitura e a Vale, qualificando-o como “um lixo”. Segundo ele, a falta de clareza nos documentos dificulta o acompanhamento do uso dos recursos. “Nosso papel é fiscalizar, e é inadmissível que documentos sejam escondidos. Estive no local e vejo que há problemas que precisam ser esclarecidos,” pontuou.

    Já o vereador Marcelo Macedo defendeu que as reuniões relacionadas ao TAC foram amplamente divulgadas e realizadas com a presença de moradores. No entanto, ele reconheceu os transtornos causados pela obra e ressaltou a importância de acompanhamento técnico adequado. “Toda obra causa transtornos, mas não deveria. Estamos à disposição da comunidade para cobrar soluções,” afirmou.

    Em resposta às críticas, o presidente da Câmara, Edson Agostinho, anunciou a formação de uma comissão para visitar a Rua João Batista e verificar os problemas relatados. “Vamos convidar o secretário de Obras e todos os vereadores interessados para discutir as pendências e cobrar respostas claras do Executivo,” garantiu.

    O secretário de Obras, Leonardo Rodrigues, destacou que a intervenção foi necessária devido aos danos causados pelo tráfego de caminhões pesados da Vale. Ele explicou que parte da drenagem e pavimentação já foi concluída, mas reconheceu problemas pontuais. “Um trecho está aberto devido a um vazamento na rede de abastecimento, mas o material está sendo substituído e a pavimentação será concluída amanhã,” informou.

    O secretário também esclareceu que o laudo cautelar foi realizado antes do início das obras para resguardar a Prefeitura de eventuais danos causados pela mineradora. Ele ressaltou que as equipes estão empenhadas em solucionar os problemas o mais rápido possível.

    Enquanto os debates continuam, os moradores da Rua João Batista seguem enfrentando dificuldades. “Queremos mais diálogo e obras que realmente atendam às nossas necessidades. Não somos contra melhorias, mas elas precisam ser feitas corretamente,” finalizou Rinaldo.

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