Grupo de artesãs de Passagem de Mariana luta por mais estrutura para continuar espalhando arte e transformação

    Com criatividade e dedicação, o coletivo busca um espaço adequado para ampliar suas atividades

    Por: João B. N. Gonçalves e Hynara Versiani

    Em Passagem de Mariana, o grupo de artesãs “Mãos de Passagem” tece histórias, sonhos e esperanças. Formado por mulheres, o coletivo transforma materiais recicláveis em verdadeiras obras de arte e oferece oficinas de crochê, tricô e costura criativa. As atividades acontecem no Espaço Bandeirantes, localizado na Rua do Campinho, mas as participantes enfrentam desafios que poderiam ser superados com um espaço mais amplo e estruturado.

    Beth Lara, de 62 anos, lidera o grupo com entusiasmo e uma visão clara: “Precisamos reviver as coisas bonitas que as meninas fazem. Aproveitamos materiais que seriam descartados, transformando o lixo em luxo. Nosso objetivo é atrair mais pessoas e fortalecer esse movimento que já tem dado frutos”, explica. Desde sua aposentadoria, Beth se dedica a revitalizar o grupo, que já participou de feiras locais, como o “Sabadinho da Passagem”. A proposta do “Mãos de Passagem” vai além de ensinar técnicas manuais.

    Angelita Custódio, de 52 anos, destaca a importância de atrair jovens para o artesanato: “O artesão está envelhecendo. Queremos envolver crianças, adolescentes e jovens para que essa arte não se perca. Estamos sempre dispostas a ensinar e compartilhamos tudo o que sabemos. Mas precisamos de mais pessoas interessadas.” A rotina do grupo é recheada de trocas e aprendizados.

    Maria de Lourdes Belmiro, também de 62 anos, comenta: “Uma passa para a outra o que sabe. Isso nos torna mais criativas e nos ajuda a aprender coisas novas. Queremos que mais pessoas se juntem a nós, trazendo ideias e conhecimentos diferentes.” Essa troca gera um ambiente colaborativo que incentiva tanto o desenvolvimento pessoal quanto comunitário.

    No entanto, a falta de um espaço adequado e central limita o crescimento do grupo. “Aqui em Passagem há muitos artesãos que ainda não participam. Se tívessemos um local apropriado, com certeza eles se uniriam a nós e poderíamos expor nossos trabalhos de forma mais estruturada”, argumenta Beth. A carência de infraestrutura é um dos principais entraves para a expansão das atividades e para a conquista de novos adeptos.

    Mais do que um passatempo, o artesanato é visto pelas integrantes como uma terapia. “Faz bem para o dia a dia e equilibra a mente. O crochê, a pintura e o bordado têm um efeito terapêutico enorme. Queremos resgatar a paixão pela arte e inspirar as pessoas a criarem, a saírem do padrão”, reflete Diana Antônia, de 50 anos.

    O grupo sonha em resgatar o fervor artístico que já marcou a história de Passagem de Mariana, atraindo não apenas novos artistas, mas também admiradores da arte e da criatividade.

    Com as portas abertas à comunidade, o “Mãos de Passagem” segue adiante, buscando apoio para conquistar o espaço que merece. “Nossa vontade de ensinar é grande. Agora, precisamos de mais mãos e de um lugar para continuar criando e inspirando”, conclui Angelita. O apelo do grupo reforça o valor do artesanato como ferramenta de conexão, transformação e resistência cultural.

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